A história do romance brasileiro que teria sido elogiado por William Faulkner

A história do romance brasileiro que teria sido elogiado por William Faulkner

Poucos romances atravessam fronteiras pelo silêncio. “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, foi escolhido por William Faulkner como o livro brasileiro a ser traduzido no ambicioso “Ibero-American Novel Project”. Não houve carta, nem elogio público. Apenas um gesto. Uma escolha. E o reconhecimento de uma linguagem que, como a dele, falava da terra, da fome, do tempo imóvel. Publicado em 1938, o romance ultrapassou o rótulo regionalista e se tornou obra universal. Esta é a história do livro que disse o Brasil sem gritar — e da escuta que veio de longe, seca e profunda, como o sertão.

3 filmes para assistir hoje se você está cansado de roteiro previsível Divulgação / Columbia Pictures

3 filmes para assistir hoje se você está cansado de roteiro previsível

As fórmulas conhecidas do cinema, com reviravoltas previsíveis, histórias de superação e finais felizes, podem oferecer um certo conforto, mas também acabam entediando quem está em busca de algo mais instigante, provocador ou simplesmente novo. Nesses momentos de exaustão narrativa, filmes verdadeiramente inventivos são um alívio. Se você já sabe o que o personagem vai dizer, consegue prever o final na metade do filme e está em busca de um desafio mental, essa lista é para você.

3 suspenses brilhantes que você talvez nunca viu — mas devia Divulgação / Warner Bros.

3 suspenses brilhantes que você talvez nunca viu — mas devia

Um dos gêneros mais fascinantes da sétima arte, o suspense mexe com nossos instintos mais primitivos: o medo do desconhecido, a ansiedade diante do que pode vir e o impulso de sobreviver. Se o terror aposta em jump scares para provocar impacto no público, o suspense se alimenta de uma tensão crescente. Há um silêncio incômodo, uma música sutil, um corte de câmera em lugares vazios que pressupõem presenças invisíveis. Hitchcock, Roman Polanski, Brian De Palma, Stanley Kubrick, David Fincher e Denis Villeneuve entenderam que a verdadeira força de um suspense não está em mostrar, mas em sugerir. É a imaginação dos espectadores que preenche as lacunas.

A escritora que escreveu um único livro e mudou a literatura moderna

A escritora que escreveu um único livro e mudou a literatura moderna

Harper Lee escreveu um único livro e depois desapareceu. Não por bloqueio, nem por medo, mas por escolha. Recusou entrevistas, negou o espetáculo, rejeitou a carreira. E, nesse silêncio, construiu uma das obras mais contundentes do século 20. “O Sol é para Todos” não pede explicações: apenas mostra, observa, permanece. Sua recusa em repetir o feito virou sua estética, sua política. Esta reportagem literária percorre os contornos da ausência, o gesto inacabado, a mulher que virou margem e, com isso, redesenhou os limites do que é ou não é ser autora.

Baseado em fatos reais: o filme da Netflix que vai te marcar profundamente Divulgação / Focus Features

Baseado em fatos reais: o filme da Netflix que vai te marcar profundamente

O silêncio antes do grito tem o peso de uma eternidade. Não há som mais lancinante que o da consciência quando finalmente desperta, e exige, com a fúria de um trovão contido, que se parta. Harriet Tubman ouviu esse grito. Não para si. Ou não só. Cada passo que deu rumo ao norte foi uma negação do destino, um insulto à ordem plantada à força. A liberdade, dizem, é uma dádiva. Mentem. É uma escolha difícil, suja, perigosa. E às vezes, para salvá-la, é preciso primeiro aceitar que morrer talvez não seja o pior dos preços.