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Inspirado na série de livros de Stephen King que vendeu 30 milhões, filme mistura faroeste e ficção científica na Netflix Divulgação / Columbia Pictures

Inspirado na série de livros de Stephen King que vendeu 30 milhões, filme mistura faroeste e ficção científica na Netflix

Ao condensar um universo literário vasto em um filme de ação curto, a produção aposta em ritmo acelerado, explicações rápidas e conflito direto entre bem e mal. Há carisma no herói, teatralidade no vilão e funcionalidade na aventura, mas o conjunto raramente encontra assombro metafísico ou sensação de descoberta. A opção por soluções limpas reduz o peso do perigo anunciado. O resultado entretém, preserva ideias básicas e deixa perguntas sobre o que ficou de fora e sobre caminhos possíveis adiante.

Ficção científica no Prime Video vai te fazer pensar duas vezes antes de mexer no celular Divulgação / Vodorod

Ficção científica no Prime Video vai te fazer pensar duas vezes antes de mexer no celular

Existe um gênero à parte dentro da ficção científica russa contemporânea: o blockbuster patriótico que se fantasia de crítica ao imperialismo alheio enquanto reforça, sem pudor, o seu próprio. “Incursão Alienígena”, de Fedor Bondarchuk, continuação direta de “Atração”, é o exemplo mais vistoso dessa tendência. Em sua superfície de titânio, ele é um espetáculo de explosões, naves monumentais e sequências militares que parecem ter sido coreografadas com a precisão de um desfile do Dia da Vitória.

Sequência de ficção científica que mudou para sempre a cara do cinema está no Prime Video Divulgação / Warner Bros.

Sequência de ficção científica que mudou para sempre a cara do cinema está no Prime Video

“Matrix Resurrections” é, em essência, um reencontro desconfortável com o passado. Não porque ele envelheceu, mas porque o presente desistiu de ser radical. Quando Lana Wachowski decidiu revisitar o universo que redefiniu a ficção científica no final dos anos 1990, o que surgiu não foi um novo salto ontológico sobre realidade e simulacro, mas um reflexo cansado do que já foi subversão.

Desligue o cérebro e se divirta com o espetáculo — o filme com Ryan Reynolds na Netflix Divulgação / Warner Bros. Pictures

Desligue o cérebro e se divirta com o espetáculo — o filme com Ryan Reynolds na Netflix

“Lanterna Verde” é um projeto que tenta abarcar o infinito de um universo cósmico, mas se perde no próprio vácuo que cria. A proposta de transpor para o cinema uma das mitologias mais complexas da DC exigia uma arquitetura narrativa robusta, capaz de sustentar o peso simbólico de um herói que, em essência, é a corporificação da vontade. O problema é que o filme parece incapaz de compreender o que significa essa palavra.

Subestimado pela crítica, amado pelo público: filme de super-herói chega à Netflix e vira um dos mais assistidos do momento Divulgação / Warner Bros. Pictures

Subestimado pela crítica, amado pelo público: filme de super-herói chega à Netflix e vira um dos mais assistidos do momento

Como todo filme de super-herói que se preze, “Lanterna Verde” flerta com o apocalipse, porém o didatismo de que o diretor Martin Campbell lança mão compromete muito do resultado final. Tudo parece explicado demais, mastigado demais, decerto por causa das mil cenas nas quais a computação gráfica torna-se um elemento narrativo de destaque, a ponto de quase dispensar o esmerado roteiro.