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Entre destroços de um passado que nunca existiu e ruínas de um futuro que jamais chegou, “The Electric State” constrói uma realidade alternativa onde a tecnologia se tornou resquício de um sonho interrompido. Com direção dos irmãos Russo, o filme acompanha uma jovem em meio a um país fragmentado, cruzando paisagens abandonadas ao lado de seu robô-companheiro, enquanto busca respostas sobre um mundo que insiste em desmoronar ao seu redor.

O colapso de uma sociedade dominada por inteligências artificiais marca o cenário de um mundo à beira do esquecimento, onde memórias e máquinas se confundem. Em meio a esse deserto tecnológico, uma jovem atravessa o país ao lado de um robô, guiada por fragmentos do passado e promessas de um reencontro. Entre ruínas digitais e espectros do que um dia foi humano, a jornada desafia a fronteira entre controle e livre-arbítrio, levando a um destino inevitável.

Em um passado que nunca aconteceu, a estrada se estende rumo ao desconhecido. Atravessando paisagens desoladas, resquícios de um progresso falido, uma jovem e seu robô avançam por um mundo onde máquinas já foram parceiras, mas agora são sombras do que poderia ter sido. “The Electric State” reconstrói os anos 1990 sob uma ótica alternativa, misturando nostalgia e ficção científica em uma jornada repleta de ação, melancolia e reflexões sobre o impacto da tecnologia.

Chega um momento na vida em que, se tínhamos alguma ilusão quanto a sermos capazes de dar cabo dos problemas do mundo, essa quimera de onipotência é soterrada pela inescapável verdade que nos lança ao rosto que arrumar nosso próprio quarto já é exaustivo o suficiente. Tanto que não é nenhum absurdo vislumbrarmos humanoides que assumem perfeitamente funções que antes eram só nossas e acabam por trazer desgraça para o seio de lares outrora felizes, premissa de “The Electric State”, mais uma das distopias dos irmãos Anthony e Joe Russo.