Arquivos

Obra-prima impecável vencedora de 5 Oscars, com Leonardo DiCaprio, no Prime Video Divulgação / Produktions KG

Obra-prima impecável vencedora de 5 Oscars, com Leonardo DiCaprio, no Prime Video

Poucos cineastas dominam a arte de transformar obsessão em linguagem como Martin Scorsese. Em “O Aviador”, essa habilidade atinge uma dimensão quase febril: o filme não se limita a narrar a trajetória de Howard Hughes — ele encena o delírio de um homem que, ao tentar controlar o mundo, perde o domínio sobre si mesmo. A escolha por retratar Hughes, figura que encarna simultaneamente o triunfo técnico e a degradação psíquica, revela o interesse de Scorsese por personagens em colapso, não como espetáculo, mas como pulsação da existência.

Filme que ressuscitou carreira de Adrien Brody, relegado a papeis pequenos após levar o Oscar, chega ao Prime Video Divulgação / A24

Filme que ressuscitou carreira de Adrien Brody, relegado a papeis pequenos após levar o Oscar, chega ao Prime Video

“O Brutalista”, de Brady Corbet, percorre uma rota de colisão com o espectador e transforma esse caminho em seu próprio campo de experimentação estética, política e emocional. Longe de buscar uma história reconfortante ou uma trajetória de consagração previsível, o filme se ergue sobre ruínas simbólicas: o fracasso do sonho americano, a mutilação da identidade e a arquitetura como espelho da alma. Não trata de uma experiência que se consome; mas de uma vivência que resiste, provoca e exige.

Martin Scorsese convenceu Joe Pesci a retornar da aposentadoria para esse último filme, na Netflix Divulgação / Netflix

Martin Scorsese convenceu Joe Pesci a retornar da aposentadoria para esse último filme, na Netflix

Martin Scorsese, em “O Irlandês”, não apenas revisita o universo da máfia americana — ele o exuma. A câmera não é mais cúmplice da glória dos crimes, mas testemunha discreta de um passado que apodrece em silêncio. Aqui, o glamour antes associado à vida dos gângsteres se dissolve numa névoa de arrependimento, solidão e fim. Scorsese ergue uma elegia devastadora aos homens que confundiram lealdade com obediência cega, e poder com permanência.

Filme que fez as pessoas desmaiarem e vomitarem nos cinemas é também maior bilheteria de língua não inglesa da história, na Netflix Divulgação / Icon Productions

Filme que fez as pessoas desmaiarem e vomitarem nos cinemas é também maior bilheteria de língua não inglesa da história, na Netflix

Mel Gibson não filmou “A Paixão de Cristo” como quem deseja contar uma história — ele a esculpiu como quem escava uma ferida. A escolha de retratar, com obsessiva minúcia, os momentos finais da vida de Jesus vai bem além de um exercício devocional ou histórico. O filme não sugere empatia; exige confronto. Com o idioma original da época e uma câmera que se recusa a desviar o olhar da tortura, o longa expõe um corpo desfigurado como ícone da fé, rasgando o verniz estético que usualmente envolve narrativas religiosas e substituindo-o por carne aberta, ossos expostos e silêncio forçado.

Último dia para assistir: o maior filme da história do cinema será removido da Netflix hoje Divulgação / Paramount Pictures

Último dia para assistir: o maior filme da história do cinema será removido da Netflix hoje

Lançado em 1972, “O Poderoso Chefão” redefine o crime como tragédia familiar e alegoria política, combinando intensidade emocional, precisão narrativa e uma estética sombria inesquecível. Dirigido por Francis Ford Coppola, o filme transcende o gênero ao explorar herança, poder, identidade e transformação moral com uma sofisticação rara, um elenco irrepreensível e um impacto que atravessa gerações com intacta relevância.