Autor: J.C. Guimarães

A obra-prima de Ian McEwan

A obra-prima de Ian McEwan

Ver com os próprios olhos é o suficiente para sabermos a verdade sobre um acontecimento? Talvez seja essa a questão de fundo em “Reparação”, obra do escritor inglês Ian McEwan. Quatro centenas de páginas demonstram que a resposta não é nunca tão óbvia quanto um “sim”, uma vez que a imaginação deve ser considerada; ela reage com os sentidos e influencia poderosamente nossa percepção da realidade. Outra questão implicada, tão importante, diz respeito ao inerente poder da ficção, e ambas as questões provam o quanto o termo “romance” vai muito além da compreensão vulgar.

Terceira Guerra: Estados Unidos contra o capitalismo e a balalaica do fim do mundo

Terceira Guerra: Estados Unidos contra o capitalismo e a balalaica do fim do mundo

Leões e guepardos nunca se entenderão. Mas observe: não basta ser da mesma espécie para se viver em paz. Dois leões, duas águias ou dois ursos também irão às últimas consequências, até que apenas um deles domine o mesmo território. A sociedade humana é um espelho da natureza selvagem. E a guerra é selvageria em estado bruto. Dito isto, armas nucleares “poderão ser utilizadas” pela Rússia contra os inimigos, assegurou Dmitri Medvedev, presidente do Conselho de Segurança nacional russo.

Por que a literatura brasileira, fora do Brasil, ficou restrita a Jorge Amado e Paulo Coelho

Por que a literatura brasileira, fora do Brasil, ficou restrita a Jorge Amado e Paulo Coelho

Apesar das traduções exitosas, costuma-se dizer que a repercussão da literatura brasileira no exterior permanece tímida. É coisa que uma política eficiente de divulgação resolveria? Ou em maior grau depende, também, de agenciamento e interesse jornalístico e editorial? Tudo isso, provavelmente. Mas, satisfeitas as condições externas, estaríamos aptos a satisfazer também as condições internas, isto é: a ficção brasileira é realmente um produto artístico de qualidades intrínsecas.

Philip Roth versus Ian McEwan

Philip Roth versus Ian McEwan

Não poucos estudiosos acreditam que a língua de Shakespeare produziu a maior das literaturas. Não vem ao caso discutir a procedência deste julgamento. Mas é certo que, indiscutivelmente, dois dos maiores escritores da atualidade, no mundo, são o inglês Ian McEwan e o norte-americano Philip Roth. Não terem ganhado o prêmio Nobel é apenas um detalhe que deporia contra o prestígio da academia. São dois magistrais romancistas, gênero por excelência de sua arte.

A obra-prima de García Márquez que ficou à sombra de Cem Anos de Solidão

A obra-prima de García Márquez que ficou à sombra de Cem Anos de Solidão

Se o “O Amor nos Tempos do Cólera” possui menos crédito do que “Cem Anos de Solidão”, é porque aprendemos a esperar do escritor colombiano histórias recheadas de coisas absurdas, como fizera naquela obra em que criara certamente mais dificuldades para seus leitores. A dupla latino-americano formada por Mário Vargas Llosa e Gabriel García Márquez anunciava-se ao mundo no final dos anos 1960, e o último exporia uma nova faceta do realismo mágico-fantástico iniciado por Alejo Carpentier e Jorge Luis Borges em décadas anteriores.