Autor: Helena Oliveira

Pode ser que o cinema contemporâneo tenha perdido espaço para filmes como “Forrest Gump — O Contador de Histórias”, uma obra que transita entre o real e o fantástico, desenhando uma jornada que reflete tanto os sonhos mais sinceros quanto as fantasias mais insanas de um homem deslocado. Desde cedo, Forrest percebeu que jamais se adequaria ao mundo ao seu redor, que pouco ou nada lhe despertava emoção genuína. Com isso, ele se refugiou em um universo vasto e particular, criado com precisão, onde encontrou o escárnio de muitos, mas também uma forma de existir.

Em meio a um cenário que explora a fragilidade humana e a busca por redenção, “O Lado Bom da Vida” conduz o espectador por uma jornada emocional densa e transformadora. David O. Russell equilibra com maestria o drama e a comédia, destacando as atuações intensas de Bradley Cooper e Jennifer Lawrence. Seus personagens, marcados por desajustes psicológicos, encontram conexão em meio ao caos pessoal, trazendo à tona uma narrativa profunda sobre superação e segundas chances.

Em um futuro distópico, o filme “Onde Está Segunda?” explora a opressão imposta por um regime autoritário que limita a procriação a um único filho por família. Nesse cenário sombrio, sete irmãs idênticas, criadas em segredo pelo avô, devem adotar a identidade de uma única pessoa para sobreviver. Com uma narrativa envolvente e críticas sociais afiadas, o longa, dirigido por Tommy Wirkola, levanta questões sobre liberdade, sacrifício e os perigos da tirania em nome do bem coletivo.

Blakeson se destaca ao retratar com maestria a complexidade e o mistério de personagens femininas, um talento que brilha em conjunto com a atuação de sua protagonista. Em “O Desaparecimento de Alice Creed” (2009), o diretor já demonstrava seu potencial para trabalhar com argumentos sólidos, elencos afinados e orçamentos modestos, ainda que o sucesso financeiro não tenha sido imediato.

Em “Legítimo Rei”, David Mackenzie transporta o espectador para a Escócia do século XIV, onde a luta pela independência ganha vida através da figura emblemática de Roberto I. Com Chris Pine no papel principal, o filme mescla batalhas épicas e intrigas políticas em uma narrativa rica e envolvente. Através de visuais impressionantes e um roteiro dinâmico, a obra revela os dilemas de um líder em tempos de guerra, destacando a busca por identidade e justiça em meio ao caos.