Autor: Enio Vieira

A música ficou menor, morreu Nelson Freire

A música ficou menor, morreu Nelson Freire

Na terra da canção popular, surgiu um menino na década de 1950 que saiu do interior de Minas Gerais e assombrou o mundo na música erudita. A elegância discreta se juntava ao modo perfeito de executar as peças para piano de Chopin e Debussy. Nelson Freire morreu na véspera do Dia dos Mortos deste ano e deixou uma obra de piano que, graças às plataformas de streaming como o Spotify, pode ser apreciada na íntegra.

As mulheres de Machado de Assis

As mulheres de Machado de Assis

Virou um costume dizer que certos artistas são universais e atemporais. É uma visão que tenta isolar uma determinada obra em aspectos puramente estéticos e esvaziá-la das referências externas do mundo e da época em que foi produzida. Um olhar empobrecedor, dirão algumas pessoas, ou o mais correto para as artes, defendem outras.

A hora e a vez de Clarice Lispector

A hora e a vez de Clarice Lispector

Pode demorar anos ou décadas para o reconhecimento do valor de um artista. No caso de Clarice Lispector, que foi celebrada em vida, a consagração teve um marco no centenário de nascimento, comemorado em dezembro de 2020. Tanto no Brasil, como no exterior, ela vem se tornando mais conhecida e virou modelo para jovens que se aventuram na literatura. A mitologia em torno dela é crescente.

Caetano Veloso procura a sutileza perdida do Brasil Foto: Fernando Young / Divulgação

Caetano Veloso procura a sutileza perdida do Brasil

A vida de Caetano Veloso virou um reality show durante a pandemia de Covid. No apartamento do Rio de Janeiro, ele e a esposa Paula Lavigne registraram o dia a dia do compositor e postaram vídeos no Instagram: leituras, pequenos improvisos no violão, seu processo criativo, o nascimento do neto Benjamin e uma concorrida “live” que emocionou os admiradores. Parece que, no meio do horror do confinamento, saía daquele lugar uma esperança — que resultou no disco “Meu Coco” (2021).

Maid e Round 6 mostram que o mundo é para poucos

Maid e Round 6 mostram que o mundo é para poucos

Uma das ilusões modernas mais consolidadas é a ideia de que, ao longo do tempo, o capitalismo inclui mais e mais pessoas em padrões elevados de bem-estar e consumo. Se fizer a lição de casa, uma pessoa ou um país vai ser recompensado com a prosperidade, diz a propaganda. Contra essa fantasia, as séries “Maid” e “Round 6” apresentam, cada qual a sua maneira, que o mundo, na verdade, é feito para poucos. Apenas um grupo muito restrito pode alcançar o que se promete na economia de mercado.