Autor: Edival Lourenço

Cem Anos de Solidão, um livro para se ler eternamente

Cem Anos de Solidão, um livro para se ler eternamente

Não queira tirar uma moral exclusiva ou um sentido único de Cem Anos de Solidão. Porque ele é plural e contém todos os sentidos e todas as morais. Seu estágio de conhecimento, seu estado de espírito, suas crenças e ideias dominantes é que vão dar o tom do que se perceber, do que se retirar. No microcosmo chamado Macondo é que a saga dos Buendía-Iguarán se destrinça. Uma sequência de José Arcádios e Aurelianos se sucede em profusão, cobrindo um período sintomático de 100 anos. Penso até que a árvore genealógica dessa mítica família seja impossível de se montar, como requer uma obra representativa do realismo fantástico.

Há 123 anos nascia Jorge Luis Borges: 40 frases desconcertantes do gênio argentino Foto / Annemarie Heinrich

Há 123 anos nascia Jorge Luis Borges: 40 frases desconcertantes do gênio argentino

Em 29 de setembro de 1977, numa livraria em Brasília, comprei “Ficções”, de Jorge Luis Borges. Foi meu primeiro contato com a obra do autor e me encantei perdidamente. Aquele mesmo exemplar, já esfarelando, está sobre o meu criado de cabeceira e não passo mais de 15 dias sem que leia algum trecho. Além da fixação por “Ficções”, li toda a sua obra, que reputo grandiosa. Selecionei algumas frases do autor pelo seu aspecto desconcertante, surpreendente, pela fina ironia. Embora ele diga que seja incapaz de cometer uma ironia, o que é uma ironia dentro da ironia.

Deus me livre de mim!

Deus me livre de mim!

A razão é um atributo do Homo sapiens, uma especificação de fábrica que nos distingue da fauna geral. A razão nos leva a certas práticas que são tipicamente humanas, tais como a cultura, o desenvolvimento do conhecimento e sua acumulação, a reflexão sobre as próprias atitudes e aprender com os erros próprios e dos outros, principalmente a melhoria da condição de vida por meio da capacidade empreendedora.

O gás já está aberto. Vamos riscar o fósforo?

O gás já está aberto. Vamos riscar o fósforo?

Ainda na passagem do século 18 para o 19, o economista britânico Thomas Malthus (1766-1834) alertou o mundo sobre um horizonte sombrio à espreita do Homo sapiens. Bradava ele sobre os riscos de um crescimento exponencial da população diante de um crescimento apenas linear da produção de alimentos. Sua hipótese se assentou sobre o fato de que, diante de situações mais favoráveis que as da Idade Média, a população do planeta saltou de 500 milhões para um bilhão de habitantes em 200 anos, já àquela época comprometendo a segurança alimentar.

Deus e os ovos no porta-malas

Deus e os ovos no porta-malas

Caiu num deslumbre endiabrado. Acabou o tempo para a escola e a família. Passava o dia na internet, alimentando comunidades, atualizando o blog, combinando com a galera sobre a balada que empreenderiam à noite. Duas coisas a tiravam do computador: baladas e compras. Adquiria os modelitos de grife, cada vez mais arrasantes, tanto pelo preço, quanto pela extravagância. Eram, como se diz, roupas de andar pelado.