Autor: Eberth Vêncio

Se não tomar um tiro pelas costas, a esperança será a última a morrer

Se não tomar um tiro pelas costas, a esperança será a última a morrer

Somos poucos, mas, somos unidos. Rapa de arroz queimado, grudado no fundo da panela de ferro. Carregamos no amargo da língua o sabor ferruginoso da poesia atemporal de um Carlos Drummond de Andrade. Seja como for, a gente só bate em mulher se for com flor. Porque, sem espinho, com carinho, se acaricia em redundância, em metáfora, em fantasia. Só a testosterona constrói. Isso é válido para os homens e para as mulheres.

Chupa que a vida é doce

Chupa que a vida é doce

m casal de vira-latas caramelos enxerta na esquina. Crianças atiram pedras. Tem um gari que gira. Tem um gari que agora dança e gira, tendo uma vassoura como parceira guia. Tamanha agitação, a essa hora do dia, só me desconcerta. De certa mesma, somente a constatação de que navego à deriva nas ondas bravias, derivadas de um oceano de desconhecimento.

Posso ser quem eu quiser

Posso ser quem eu quiser

Posso ser quem eu quiser. O John Malkovich. A mulher de peitos caídos que rabisca a lousa. O reacionário de nariz em pé. O filho-da-mãe do papai. O cara que não sabe que nada sabe. O refugiado congolês que cruza o oceano para se encontrar com a morte no Rio. O robô que descobre amor em Marte.

Aquele tipo de amizade que morre de causas naturais

Aquele tipo de amizade que morre de causas naturais

Diz o ditado que tudo nessa vida tem um lado bom e um lado ruim. Faz sentido. É possível. Até mesmo, no caso da morte, a depender das circunstâncias, pode ser que se vislumbre uma virtude, como dar números finais ao sofrimento exaustivo e prolongado de alguém que padece por conta de uma doença grave, incurável, terminal.