O thriller da Netflix capaz de intrigar até Agatha Christie Divulgação / RLJE Films

O thriller da Netflix capaz de intrigar até Agatha Christie

Inspirado no livro de James Patterson e Liza Marklund, “Postais Mortíferos” acompanha a jornada de Jacob Kanon (Jeffrey Dean Morgan), um detetive americano que se torna protagonista de seu próprio pesadelo. Logo após celebrar o casamento de sua filha, ele recebe a notícia devastadora de que ela e o genro foram brutalmente assassinados durante a lua de mel em Londres. A investigação inicial sugere que o crime faz parte de uma série de homicídios que também assombrou Madrid. Experiente na elucidação de assassinatos, Kanon decide não esperar pelas autoridades e assume a missão de encontrar o assassino, descobrindo um padrão macabro: o criminoso sempre envia um cartão postal para jornalistas locais quatro dias antes de atacar.

Determinando-se a decifrar essa assinatura mortal, Kanon une forças com Dessie Lombard (Cush Jumbo), repórter sueca que também recebeu um dos misteriosos postais antes de novas mortes ocorrerem. Juntos, eles percorrem um labirinto de pistas, enfrentando a burocracia e os desafios impostos pela diferença entre sistemas policiais de cada país onde os crimes ocorrem. Em paralelo, a narrativa segue um jovem casal interpretado por Naomi Battrick e Ruairi O’Connor, que parece estar na mira do assassino enquanto viaja pela Europa. As cenas revelam que eles estão sendo observados por uma figura enigmática, aumentando a tensão sobre seus destinos. Enquanto isso, Valerie (Famke Janssen), ex-mulher de Kanon, colabora com a investigação dos Estados Unidos, complementando as descobertas do ex-marido em solo europeu.

Obra que figurou na lista de best-sellers do New York Times, “Postais Mortíferos” representa mais um marco na carreira de James Patterson, um dos autores mais vendidos do mundo, com mais de 400 milhões de exemplares comercializados. Sua parceria com Liza Marklund acrescenta um olhar local à trama, enriquecendo a ambientação e os detalhes culturais. O suspense é pontuado por reviravoltas constantes e um elenco diversificado de personagens que ampliam a complexidade da narrativa. Entre eles, destaca-se o vigarista Haysmith, que acaba sendo entregue à justiça pelo próprio filho, adicionando outra camada de traição e redenção à história.

A adaptação para o cinema, dirigida por Danis Tanović, enfrentou o desafio de condensar as múltiplas tramas do livro em um formato enxuto, o que acabou resultando em críticas por falta de aprofundamento em personagens secundários. No entanto, um dos aspectos mais intrigantes do assassino é sua obsessão com arte: cada morte é meticulosamente inspirada em uma pintura famosa, e os corpos das vítimas são arranjados de maneira a replicar as obras. Além dos enigmáticos postais, ele fotografa suas criações macabras, misturando partes de diferentes corpos para compor imagens ainda mais perturbadoras.

Com sequências violentas e um clima de suspense constante, “Postais Mortíferos” não é indicado para os mais sensíveis. Sua abordagem crua e visceral exige fôlego, mas entrega uma imersão intensa ao espectador. Disponível na Netflix, é uma experiência que prende a atenção e deixa uma marca, tornando-se uma opção instigante para os fãs de thrillers psicológicos e investigações de tirar o sono.

Filme: Postais Mortíferos
Diretor: Danis Tanovic
Ano: 2020
Gênero: Drama/Policial/Suspense
Avaliação: 8/10 1 1
★★★★★★★★★★