Thriller de ação com George Clooney e Julia Roberts, na Netflix, vai te manter tenso até o último segundo Divulgação / Sony Pictures

Thriller de ação com George Clooney e Julia Roberts, na Netflix, vai te manter tenso até o último segundo

O dinheiro exerce uma influência incontestável sobre o mundo, e não é novidade que uma pequena fração da fortuna movimentada em uma tarde na Bolsa de Nova York seria suficiente para alimentar comunidades inteiras em países extremamente pobres, como o Zimbábue. Agora, imagine um programa de televisão voltado para investidores, tanto os pequenos quanto os grandes, mas sem o jargão técnico e a pompa típica de Wall Street, possivelmente até mais confiável que os analistas de mercado tradicionais. Este programa alcança milhões de espectadores diariamente, muitos deles frustrados por terem investido suas economias em ações cujo valor despenca de um dia para o outro.

Mas, afinal, quem é o responsável por essas quedas bruscas? No filme “Jogo do Dinheiro”, Jodie Foster guia o espectador através de uma investigação que revela alguns dos segredos sombrios do mundo financeiro, que afetam cada um de nós em algum momento da vida. O filme, com um elenco de peso, pode lembrar “O Lobo de Wall Street” (2013), a sátira brilhante de Martin Scorsese, mas “Jogo do Dinheiro” adota uma abordagem mais séria e introspectiva, explorando as profundezas das questões financeiras de forma incisiva.

Adam Smith, um dos maiores defensores do mercado livre e da concorrência, viveu no século 18, um período de transformações revolucionárias nas artes, na ciência e na economia. Visionário, Smith desenvolveu uma das teorias mais completas sobre o liberalismo econômico, que se tornou a base do capitalismo moderno. Para ele, a intervenção do Estado na economia deveria ser mínima, permitindo que os consumidores escolhessem livremente os produtos e serviços que melhor atendessem às suas necessidades e desejos, promovendo, assim, a melhoria contínua das empresas através da concorrência.

Neste contexto, a concorrência mercantil funciona como uma espécie de seleção natural aplicada ao mercado. As empresas que conseguem se adaptar e melhorar sobrevivem, enquanto as que não conseguem sucumbem. Essa dinâmica é especialmente intensa entre as grandes corporações, onde a competição pode se assemelhar a uma verdadeira batalha, com consequências graves para os envolvidos.

O roteiro cuidadosamente elaborado por Alan DiFiore, Jim Kouf e Jamie Linden detalha cada situação com precisão, utilizando diálogos repletos de humor ácido. Lee Gates, o apresentador do fictício programa “Mad Money”, é um personagem carismático e manipulador, capaz de convencer até os mais céticos a investir. Não é de surpreender que as empresas se aproveitem desse talento para promover seus produtos, especialmente bancos, fundos imobiliários e agências de risco, que não precisam se esforçar tanto para atrair clientes menos familiarizados com o mercado financeiro.

Entre os afetados por essas práticas está Kyle Budwell, um jovem desempregado de 24 anos que perdeu suas economias devido a uma má recomendação de Gates. Jack O’Connell, que já havia se destacado em filmes como “Invencível” (2014) e “Terra Selvagem” (2019), dá vida a Budwell, capturando a atenção do público com uma atuação poderosa. Ao lado dele, Julia Roberts interpreta Patty Fenn, a diretora de VT do programa, enquanto Caitríona Balfe surge como Diane Lester, a assessora de imprensa de Walt Camby, o CEO interpretado por Dominic West, que se revela o verdadeiro vilão da trama.

Sob a direção de Jodie Foster, “Jogo do Dinheiro”, na Netflix, conduz o espectador a um desfecho inesperado, no qual um justiceiro solitário tenta enfrentar as forças do capitalismo, apenas para descobrir que essa é uma batalha quase impossível de vencer.


Filme: Jogo do Dinheiro 
Direção: Jodie Foster
Ano: 2016
Gêneros: Thriller/Crime
Nota: 9/10