O ganhador do Oscar desconcertante e obsessivo, na Netflix, vai fazer você perder o fôlego Divulgação / Sony Pictures

O ganhador do Oscar desconcertante e obsessivo, na Netflix, vai fazer você perder o fôlego

Afirmando que “Whiplash — Em Busca da Perfeição” é vibrante soaria como um clichê, mas a obra vai além dessa mera descrição. Sob a direção precisa de Damien Chazelle, o filme nos transporta para uma era cinematográfica reminiscente da Era de Ouro de Hollywood, onde o tempo parecia passar mais lentamente e cada cena era meticulosamente elaborada. A música, como uma expressão artística intrinsecamente humana, serve como matéria-prima para uma reflexão profunda sobre a busca incessante pela perfeição e os relacionamentos que surgem desse processo.

Em 2014, Chazelle apresentou ao público uma narrativa envolvente que vai além da simples relação entre um aluno de música e seu maestro. Fundindo elementos de suspense e crítica social, o diretor nos leva a questionar não apenas os desafios enfrentados por artistas em busca do reconhecimento, mas também a natureza competitiva e implacável do mercado de trabalho contemporâneo. Questões sobre o verdadeiro significado do sucesso e a dependência da aprovação alheia permeiam a trama, enquanto acompanhamos a jornada do protagonista rumo à excelência, repleta de altos e baixos que espelham sua própria jornada interior.

Miles Teller brilha como Andrew Neyman, um jovem baterista que ensaia incansavelmente na renomada escola de música de Nova York. Seu encontro com Terence Fletcher, o exigente e talentoso professor de jazz interpretado por J.K. Simmons, marca o início de uma relação complexa e desafiadora. A performance de Simmons, com sua capacidade de transmitir emoção através de mínimos gestos, é cativante, enquanto o personagem de Neyman se vê envolvido em uma busca por perfeição que o leva ao limite de suas capacidades.

A música, repleta de exemplos históricos de artistas que enfrentaram desafios semelhantes, serve como um fio condutor para explorar temas universais como ambição, sacrifício e redenção. A jornada de Andrew rumo à maestria de sua arte é também uma jornada de autodescoberta e crescimento pessoal, destacando o conflito entre suas aspirações e suas próprias inseguranças.

Chazelle habilmente contrasta a natureza obsessiva e autoritária de Fletcher com a determinação e o talento de Neyman, criando um embate intelectual e emocional que mantém o espectador imerso na trama. As performances de Teller e Simmons elevam o filme a um patamar de excelência, enquanto elementos como a montagem de Tom Cross e a fotografia de Sharone Meir contribuem para a atmosfera única da obra.

O desfecho do filme, intenso e pulsante, encapsula todo o espírito da narrativa, deixando uma impressão duradoura de exaustão física e emocional, como após uma noite de dança e música sem fim. “Whiplash — Em Busca da Perfeição”, na Netflix, é mais do que um filme sobre música; é uma reflexão profunda sobre os sacrifícios necessários para alcançar a excelência e as complexidades do caminho rumo à realização pessoal.


Filme: Whiplash — Em Busca da Perfeição
Direção: Damien Chazelle
Ano: 2014
Gênero: Drama
Nota: 9/10