O novo filme de Zack Snyder, que acaba de estrear na Netflix, vai fazer você ficar em casa no final de semana Divulgação / Netflix

O novo filme de Zack Snyder, que acaba de estrear na Netflix, vai fazer você ficar em casa no final de semana

Após o trágico fim dos monarcas de um novo Mundo-Mãe, o caos se instaura com disputas internas pelo controle. Balisarius, agora no papel de regente, delega a seu general mais temido a tarefa de sufocar quaisquer opositores da emergente governança, marcando o início de uma era marcada pela incerteza, brutalidade e escassez. Esse contexto desolador, no entanto, acaba por catalisar a formação de uma resistência cada vez mais robusta. Este é o cenário central de “Rebel Moon — Parte 1: A Menina do Fogo” (2023), uma narrativa que mescla intensas sequências de ação e reflexões provocativas sobre o futuro potencial da Terra, considerando a continuidade da ambição desmedida humana, com repercussões diretas no meio ambiente. 

Na continuação, “Rebel Moon — Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes”, Zack Snyder aprimora a análise de sua protagonista, uma heroína imperfeita enfrentando devastadoras adversidades pessoais e globais enquanto redescobre aspectos vitais de sua existência que pensava extintos. Juntamente com os co-roteiristas Shay Hatten e Kurt Johnstad, Snyder explora a essência resiliente dessa mulher ferida, que se defende das agressões de adversários formidáveis, numa trama que parece concluir seus mistérios aqui. 

A capacidade de superar desventuras pessoais emerge frequentemente não apenas como uma questão de desejo, mas como uma necessidade pragmática. Ignorar aqueles sentimentos destrutivos, mas persistentes, é essencial para retomar a grandeza da vida, uma escolha intrinsecamente desafiadora, mas transformativa. Quando se decide seguir adiante, a despeito das dificuldades, novas experiências surgem, trazendo consigo dramas diferentes e uma nova paleta de emoções, especialmente para aqueles que aceitam sua condição mortal. 

A jornada humana é uma busca constante por uma compreensão que possibilite alcançar uma sabedoria intuitiva, um suporte para uma vida mais plena e, por fim, uma orientação para a construção de um autoconhecimento mais profundo, fortalecendo a proteção contra as adversidades do mundo. Esse período inicial, embora doloroso e demorado, prepara o terreno para um estágio de maior autoafirmação. A sensação de fracasso representa uma das toxinas mais destrutivas para o espírito humano, sempre vulnerável às suas falhas persistentes. 

Zack Snyder tornou-se um referencial em narrativas fantásticas e, com suas últimas obras, ele expande essa experiência para franquias como “Army of the Dead”, explorando personagens marginalizados que se destacam por sua inteligência aguçada, senso de humor e uma presença tanto estranha quanto cativante. No papel de Kora, Sofia Boutella traz uma energia vibrante ao enfrentar adversários tão brutais quanto os descritos, liderados por Balisarius de Fra Fee, cujo domínio sobre os desfavorecidos se sustenta em promessas vazias e estratégias infalíveis. 

Esta continuação, “Rebel Moon — Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes”, mantém o vigor de seu predecessor, unindo Boutella e Ed Skrein numa atuação memorável, ao recriar um Atticus Noble especialmente detestável, que retorna para confrontar seus inimigos. O filme, ao incorporar elementos de terror psicológico num cenário pós-apocalíptico, conserva também um toque de romantismo, evidenciando a habilidade de Snyder em explorar esse equilíbrio. 


Filme: Rebel Moon — Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes  
Direção: Zack Snyder  
Ano: 2024  
Gêneros: Ação/Ficção científica  
Nota: 9/10