Filme com Miranda Cosgrove, que chegou de surpresa à Netflix, é um dos mais assistidos da atualidade no Brasil Divulgação / Sony Pictures

Filme com Miranda Cosgrove, que chegou de surpresa à Netflix, é um dos mais assistidos da atualidade no Brasil

Lançado em 2015 sob a direção de Adam Massey, “A Casa do Medo” mergulha no território do horror com uma ideia inicial que captura a atenção, mas falha em sua realização em vários níveis. O enredo central gira em torno de um casal em busca de recomeço em uma residência afastada, apenas para descobrir que as paredes do novo lar ecoam segredos perturbadores.

Desde o início, o filme tenta instaurar um ambiente carregado de tensão, com elementos típicos das histórias de assombração como sons misteriosos e visões espectral. Massey busca envolver o espectador com esses artifícios tradicionais, porém, acaba não oferecendo uma experiência nova ou revitalizada ao espectador.

Visualmente, o filme apresenta uma competência técnica, porém, carece de inovação, apoiando-se em técnicas já vistas para provocar sustos, como jogos de luz e sombra bem colocados, que embora eficazes, não são suficientes para mascarar a previsibilidade da trama.

O desenvolvimento do roteiro, uma colaboração de Massey, enfrenta dificuldades para manter uma linha narrativa coesa e engajante. A história tenta surpreender com plot twists, mas muitas vezes se perde em sua própria complexidade, deixando lacunas que podem frustrar quem assiste.

No entanto, o filme se sobressai nas atuações. O elenco principal entrega performances sólidas que conseguem transmitir a tensão e o medo necessários para esse tipo de narrativa, criando uma conexão com o público que é vital para o impacto das cenas mais intensas.

A questão do ritmo é um dos pontos críticos do filme. Há uma demora significativa para que a história ganhe tração, e quando finalmente acelera, parece fazer de forma atropelada, tentando compensar a lentidão inicial.

O trabalho de design sonoro é um dos destaques, com uma atenção meticulosa aos detalhes que enriquecem a atmosfera opressiva do filme. Os sons são empregados de maneira inteligente, contribuindo para a construção do suspense, mesmo quando a trama tropeça.

A tentativa de Massey em evitar clichês acaba sendo contraditória. Em certos momentos, o filme parece pronto para quebrar convenções, mas acaba recuando para territórios familiares, o que é uma pena, pois limita o potencial inovador da obra.

O desfecho de “A Casa do Medo” é controverso. Sem entrar em detalhes, a conclusão busca atar as pontas de forma ousada, mas pode deixar uma sensação de pressa e falta de resolução para muitos espectadores, não conseguindo redimir os problemas encontrados ao longo do filme.

 “A Casa do Medo” mostra a competência técnica de Adam Massey como diretor, mas não se destaca no saturado gênero de terror. Apesar de momentos eficazes de suspense e a intenção de inovar, o filme não alcança a profundidade e o impacto necessários para se tornar memorável. Espera-se que em futuros projetos, Massey consiga aliar sua habilidade técnica a uma narrativa mais cativante e original.


Filme: A Casa do Medo
Direção: Adam Massey
Ano: 2015
Gêneros: Terror/Mistério
Nota: 8/10