Indicado a 2 Oscars, clássico inspirado por Hitchcock, com Sharon Stone, está no Prime Video Divulgação / Canal+

Indicado a 2 Oscars, clássico inspirado por Hitchcock, com Sharon Stone, está no Prime Video

O polêmico e envolvente “Instinto Selvagem”, indiscutivelmente um dos melhores thrillers do cinema, destaca-se com influências hitchcockianas marcantes. Este longa, celebrado como um dos grandes do cinema moderno, é o trabalho mais renomado de Paul Verhoeven.

A trama começa quando a equipe do FBI chega à cena de um assassinato, ocorrido em uma cama durante um ato sexual entre um homem e uma mulher. A principal suspeita é Catherine Tramell (Sharon Stone), uma escritora de romances policiais. Nick Curran (Michael Douglas), o detetive encarregado do caso, inicia a investigação.

Nick vai à casa de Catherine para questioná-la sobre o assassinato. Ela nega veementemente ser a autora do crime, mas é levada à delegacia para interrogatório. Apesar de sua frieza e mistério, Catherine sai ilesa, considerada inocente.

Nick, por sua vez, é profundamente afetado pela postura da mulher, ficando seduzido por ela. Isso o faz perder o foco no trabalho, passando a desejar estar com ela cada vez mais.

Catherine é uma clássica femme fatale: cativante, sedutora, enigmática e a grande vilã da narrativa. Seus livros detalham seus crimes: uma mulher que mata seu parceiro com um picador de gelo, uma filha que assassina os pais e um detetive que se apaixona por uma assassina.

As coincidências entre a ficção e a realidade são óbvias, mas Verhoeven mantém o espectador em dúvida. Catherine afeta não só os personagens, mas também quem assiste ao filme, criando incerteza sobre sua culpabilidade.

Ela se divide entre uma aparência inocente e uma natureza diabólica, sem deixar rastros em seus crimes. O filme explora o prazer em sua interseção com a violência e o poder, especialmente na dinâmica entre Catherine e suas vítimas, e entre ela e Nick.

As referências a Hitchcock são evidentes, desde a dinâmica entre os protagonistas até os elementos técnicos. A escolha de atrizes loiras segue o padrão de Hitchcock, que as usava para representar mulheres elegantes, mas frias e inacessíveis.

Beth Garner (Jeanne Tripplehorn), a amante de Nick, contrasta com Catherine. Ela é a morena doce e inofensiva, mas evolui para uma personagem cheia de planos e segredos.

No final, Nick se rende a Catherine, aceitando o risco que ela representa. Ela, por sua vez, escolhe não matá-lo, pois também se apaixona.

“Instinto Selvagem” é um thriller que habilmente constrói seus personagens e enredo. Com reviravoltas e subtramas intricadas, o filme é uma das obras mais ousadas de Verhoeven, explorando o sexo e suas implicações. Mantendo sua elegância, o filme é uma obra refinada, marcada pela forte presença do autor, com atuações e direção excepcionais, tornando-se essencial para os fãs de suspenses policiais e narrativas envolventes.


Filme: Instinto Selvagem
Direção: Paul Verhoeven
Ano: 1992
Gêneros: Thriller/Mistério
Nota: 10