Filme encantador na Netflix (para toda família) vai deixar seu dia melhor Gareth Gatrell / Netflix

Filme encantador na Netflix (para toda família) vai deixar seu dia melhor

Não é nada surpreendente que Forest Withaker seja extraordinário em qualquer papel que se proponha a realizar e que em “Uma Invenção de Natal”, um musical infantil e natalino, ele dê um toque tão especial de melancolia e doçura. Dirigido por David E. Talbert, cineasta especializado em filmes levinhos, romances ou familiares, que nesta produção, em especial, tem um capricho estético e artístico e uma escolha apurada do elenco, que exibe seus multitalentos em uma produção que exige boas atuações, talento vocal e para dança.

Withaker, que ganhou em 2007 o Oscar de melhor ator por “O Último Rei da Escócia”, agora interpreta Jeronicus Jangle, uma espécie de Gepeto negro em uma vila fictícia na Inglaterra. Algumas cenas foram gravadas em Norwich, no leste do país. Para a direção de fotografia, Talbert escolheu Remi Adefarasin, o primeiro e único negro indicado nessa categoria, em 1999, por “Elizabeth”.

Figurinos de cores vibrantes e com mistura de texturas, que dão um tom de divertido são obra de Michael Wilkinson, enquanto cenários inspirados na era industrial, mas cheio de cores, brinquedos e formas divertidas fazem parte do trabalho de um grupo de direção de arte e de Rob Cameron, responsável pelos cenários. A cidade fictícia com casinhas de charmosas de tijolinhos e madeira dá ares de magia e encantamento, o que combinam muito bem com o Natal.

No enredo, Jeronicus Jangles é um pai de família e o inventor mais criativo do mundo. Ele tem uma loja de brinquedos que parece um lugar que saiu de um livro de conto de fadas. Quando cria um boneco que ganha vida com um ingrediente misterioso, Jeronicus fica tão orgulhoso que acredita que o brinquedo precisa ser replicado. Don Juan (Ricky Martin), o tal Pinóquio sem nenhuma pureza de alma, sente-se ameaçado com a possibilidade de não ser mais único. Então, ele manipula o aprendiz de Jeronicus, Gustafson (Keegan-Michael Key), e o convence a roubar o livro de invenções do professor e, com as ideias roubadas, ele constrói seu próprio império de brinquedos.

O golpe deixa Jeronicus desolado. Um tempo depois, sua esposa morre e ele vê sua vida derrocar. Jeronicus vai do céu ao inferno. Desgostoso com os rumos que seu destino tomou, o maior inventor do mundo perde a vontade de criar novos brinquedos e seu estabelecimento vira uma loja de penhores, cheio de velharias empilhadas, um lugar empoeirado que provavelmente você só vai encontrar em um reality show de acumuladores. Sem esperanças, ele manda a filha, Jessica (Anika None Rose), para longe e se isola do mundo em sua oficina mal iluminada e abarrotada de coisas.

Quase 30 anos depois, Jeronicus recebe a visita da neta que ainda não conhecia, Journey (Madalen Mills), que, como seu nome, levará o avô de volta para seu caminho de magia e fantasia, que uma vez o tornou o maior inventor do mundo. Endividado, ele está prestes a perder tudo. Mas a chegada de Journey o fará acreditar em uma invenção há tempos parada, o Buddy 3.000, um autômato radiante e engraçadinho, que só funciona para aqueles que têm fé, Jeronicus deverá encontrar de volta sua fé com ajuda de Journey.

Enquanto isso, as invenções do caderno roubado por Gustafson esgotaram e ele precisa encontrar uma nova ideia de Jeronicus para roubar. Quando fica sabendo de Buddy, planeja furtar o brinquedo para apresenta-lo como seu. Durante toda a trama, o filme enche os olhos do espectador com cenas musicais, cenários fantásticos e talentos que vão fazer qualquer adulto viajar pela sua imaginação como uma criança.

Uma bela produção para deixar seu Natal ainda mais encantador, o filme de Talbert é uma escolha acertada para ver em família, com uma caneca de chocolate quente e aproveitando cada minuto nesse finzinho de ano.


Filme: Uma invenção de Natal
Direção: David E. Talbert
Ano: 2020
Gênero: Musical / Fantasia / Família
Nota: 8/10