Todas as 119 músicas de João Gilberto, da pior à melhor

Todas as 119 músicas de João Gilberto, da pior à melhor

Eu não sabia o que era rock, não sabia o que era MPB, nem sabia o que era música direito, mas já sabia quem era João Gilberto. No começo da década de 1980, o rádio lá em casa ficava ligado direto na JB AM, que alternava notícias, easy listening e sucessos brasileiros. E tocava JG o dia inteiro no radinho, músicas como “Wave”, “Estate”, “Triste” e “Retrato em Branco e Preto”. Muitos anos depois, fui descobrir que, na verdade, a playlist joãogilbertiana da rádio não passava do repertório do álbum “Amoroso” —  o LP de 1977 que, hoje, é meu disco de música brasileira favorito de todos os tempos.

João é minha referência mais remota de MPB. Não há muito o que eu possa escrever sobre sua vida pessoal, sua carreira e sua importância como artista que já não tenha sido escrito por gente muito mais talentosa que eu. Então, o que me resta é falar um pouco da importância que ele teve na minha formação musical. O amor foi herdado de minha mãe e permaneceu no decorrer dos anos; enquanto eu me aprofundava em rock, hip hop, eletrônica, jazz e outros bichos, nunca deixei João de lado.

Este ranking, como o da Legião Urbana, é uma lista 100% pessoal e não-canônica. Tive a ideia de elaborá-lo para aproveitar a recente efeméride dos 60 anos de lançamento da música “Chega de Saudade”, marco inaugural da bossa nova.  A seguinte lista de 119 músicas considera apenas as faixas creditadas a João em sua carreira solo e lançadas em seus discos oficiais, de estúdio ou ao vivo. (A exceção é a versão de “Me Chama”, lançada apenas na trilha de uma novela da Globo.) A relação foi elaborada a partir desta discografia aqui, com consultas frequentes a meu surrado exemplar do livro “Chega de Saudade”, de Ruy Castro. Como sempre, correções e comentários e xingamentos serão muito bem-vindos.

Fotografia: EBC/TV Brasil

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Foi problemático fazer a playlist do Spotify para este ranking. A discografia de JG está repleta de zonas cinzas, problemas contratuais e títulos fora de catálogo. Por exemplo, o serviço de streaming não oferece o antológico disco branco de 1973, nem o igualmente essencial disco ao vivo gravado em Montreux, ou o último álbum de estúdio, Voz e Violão. Além disso, uma barafunda de coletâneas apócrifas ocupa o lugar de vários lançamentos oficiais.

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Marco Antonio Barbosa é jornalista, edita o Telhado de Vidro e o projeto musical Borealis. Twitter: @BartBarbosa