Dirigido por Gregory Hoblit e com roteiro assinado por Daniel Payne e Glenn Gers, “Um Crime de Mestre” é um suspense visceral estrelado por Anthony Hopkins e Ryan Gosling. Com orçamento de cerca de 10 milhões de dólares (abaixo do padrão de Hollywood), o longa-metragem conquistou mais de 90 milhões de dólares nas bilheterias em 2007. O suspense tem 71% de aprovação no Rotten Tomatoes e 7,2 de nota no IMDb, sendo considerado um bom sucesso de crítica. O enredo do longa funciona como um jogo de tabuleiro, colocando os personagens como adversários. Cada jogador faz seu movimento; a cada rodada, um deles sai em vantagem sobre o outro, fazendo com que o espectador se sinta completamente envolvido pelas reviravoltas.
Enquanto Ryan Gosling interpreta Willy Beachum, um promotor ambicioso que pega um caso praticamente vencido, Anthony Hopkins é Ted Crawford, um rico e inteligente empresário que virou réu e que nunca parece perder o controle. Com sua astúcia, consegue desestabilizar emocionalmente seus adversários e conquistar posições no tabuleiro, tornando o julgamento muito mais complicado do que parece. E, se você ainda não entendeu muita coisa, acalme-se; eu já te conto sobre o que é o filme.
Crawford é um marido traído que planeja e executa a morte de sua esposa, Jennifer (Embeth Davidtz). O delegado responsável pelo caso é ninguém menos que o ex-amante de sua mulher, Nunally (Billy Burke), que acredita que Crawford não tem conhecimento do caso extraconjugal. A polícia está convencida de ter todas as evidências para incriminar Crawford, deixando a promotoria confiante de seu caso. No entanto, conforme o julgamento caminha, Beachum percebe que o réu manipulou cuidadosamente todos os acontecimentos e provas para que nada fosse capaz de condená-lo.
Um dos chamarizes do filme, além, claro, das atuações impecáveis de Hopkins e Gosling, é a trilha sonora de Mychael Danna, que acompanha a narrativa com elegância e mistério. A estética executiva e suntuosa do filme contribui para um estilo clássico de suspense, propondo a ideia de poder e controle. Além disso, a tensão se constrói por meio de estratégias verbais, descobertas intelectuais e reviravoltas jurídicas. Cada movimento dos personagens é mais um duelo de inteligências do que de forças. Os movimentos processuais, as objeções e as manobras legais são milimetricamente calculados e ditam o ritmo do filme. O título original, “Fracture”, sugere falhas no sistema jurídico, além de fragilidades nas provas. Se você não olhar com a devida atenção, detalhes importantes terão passado despercebidos, e é isso que nos é revelado ao final do filme.
★★★★★★★★★★