O faroeste é um dos gêneros mais amados do cinema, embora tenha atravessado diversas fases, algumas nem tão boas assim. A verdade é que o faroeste ajudou a definir os pilares do mito americano, já que nasceu praticamente junto com o cinema, e consolidou a Sétima Arte como principal forma de entretenimento comercial no início do século 20.
Com a chegada do som, os faroestes — e o cinema — ganharam ídolos como John Wayne e John Ford. Seus filmes celebraram o pioneirismo americano na conquista do território e a masculinidade heroica, definindo estética, figurino, cor e etnia de vilões e mocinhos. Inicialmente, o gênero servia como símbolo do colonialismo americano, colocando o homem branco como herói enquanto os “outros” — indígenas, mexicanos ou forasteiros — eram retratados como inimigos. Mas, nos anos 1950, houve uma virada: dilemas morais e heróis mais complexos passaram a permear o gênero. O questionamento da violência e o papel do indivíduo na comunidade introduziram uma espécie de desencanto.
Nas décadas seguintes, o gênero começou a decair nos Estados Unidos, sobrevivendo graças ao spaghetti western, o faroeste italiano, que reinventou o estilo com cinismo, poesia e ambiguidade, transformando os anti-heróis em protagonistas. E foi justamente Clint Eastwood, principal astro desse subgênero, quem resgatou o faroeste nos tempos atuais, mantendo viva sua mitologia, mas não sem incorporar estudos de personagem, contextos políticos e históricos, além de um olhar crítico sobre a violência, o envelhecimento e a culpa.
Se você também não resiste a um bom faroeste, acompanhe conosco essa jornada incrível pela história do cinema.

Henry leva uma vida reclusa como fazendeiro viúvo ao lado do filho adolescente, longe da poeira dos saloons e do barulho das armas, ou ao menos é isso que quer parecer. Mas quando encontra um homem ferido nos arredores de sua propriedade, carregando uma sacola repleta de dinheiro, a rotina silenciosa vira tensão armada. A chegada de um grupo de homens que se diz representante da lei dá início a um cerco perigoso, e Henry se vê obrigado a tomar uma decisão: entregar o forasteiro ou lutar por algo que ainda nem compreende totalmente. Só que, ao empunhar uma arma, o pacato agricultor revela não apenas precisão letal, mas um domínio da violência que ninguém, nem o próprio filho, sabia que ele possuía. A cada disparo, surge uma nova pergunta: quem é esse homem, afinal? Um simples fazendeiro… ou alguém cujo passado sangrento ficou enterrado por tempo demais?

No árido e implacável território do Novo México do século 19, Maggie Gilkeson construiu sua vida com esforço e desconfiança. Curandeira, mãe e mulher marcada por perdas, ela vive à margem da sociedade, e também da própria família. Quando seu pai, Samuel, um homem que abandonou tudo anos antes para viver entre os indígenas, reaparece pedindo reconciliação, Maggie o rejeita com a mesma dureza com que enfrentou a vida. Mas o reencontro forçado se transforma em necessidade urgente quando Lilly, sua filha adolescente, é sequestrada por um grupo de mercenários que trafica jovens para o México. Obrigados a unir forças, Maggie e Samuel atravessam uma paisagem brutal, enfrentando não apenas os perigos da jornada, mas as mágoas profundas que os separaram. Enquanto ela luta para salvar a filha, ele tenta, a seu modo, reparar o dano que causou, e reencontrar um lugar no mundo.

Ellen chega sozinha a uma cidade poeirenta e sem nome, com o olhar de quem carrega algo mais pesado que uma pistola no coldre. Seu passado é uma sombra que ela não revela, mas tudo indica que voltou para acertar uma conta antiga. Logo após sua chegada, o reverendo Cort é brutalmente arremessado pelas portas do saloon, bem no momento em que os moradores se aglomeram para se inscrever em um torneio de duelos. A recompensa? Uma fortuna. A regra? Submeter-se às vontades de Herod, o tirano local que controla a cidade com um misto de carisma, crueldade e pólvora. Herod criou o torneio como um espetáculo de sangue, mas por trás do show, há uma estratégia pessoal: forçar Cort, ex-fora-da-lei e antigo aliado seu, a empunhar novamente uma arma e matar. Cort, agora pregador arrependido, jura jamais voltar a puxar o gatilho, mas Herod quer provar que ninguém escapa da própria natureza. Enquanto os duelos eliminam um a um os participantes, Ellen se mantém misteriosa, habilidosa e silenciosa, até que seu verdadeiro motivo para estar ali começa a emergir, e o jogo muda de figura.

Quando um forasteiro solitário e implacável surge cavalgando na poeirenta cidade de Lago, ninguém sabe ao certo de onde ele veio, apenas que carrega um olhar de quem já viu mais do que deveria e tem contas a acertar com o mundo. A população, assombrada por um segredo coletivo que preferia enterrar, logo se vê dependente desse homem sem nome: os guardas contratados para proteger o vilarejo foram mortos, e três criminosos violentos, recém-libertados da prisão, prometem retornar para cobrar o que consideram uma dívida de sangue. Desesperados, os moradores oferecem ao estranho abrigo e autoridade, confiando-lhe a segurança de Lago. Mas a proteção vem com um custo. O forasteiro aceita o acordo, não por generosidade, mas por um motivo que poucos ali ousam suspeitar, e nenhum está pronto para encarar. À medida que o dia do acerto se aproxima, a cidade se transforma: seus habitantes são forçados a confrontar não apenas os bandidos que vêm de fora, mas os próprios pecados que deixaram impunes. “O Estranho Sem Nome” não é apenas um faroeste sobre vingança; é um retrato sombrio de uma comunidade corrompida, onde a justiça não chega a cavalo, ela chega como um fantasma.

Quando Jill McBain deixa Nova Orleans rumo ao Oeste selvagem para recomeçar a vida com seu novo marido, o que encontra ao chegar ao território de Utah é o silêncio brutal da morte: sua família foi massacrada sem piedade, e o sonho de uma nova existência é soterrado antes mesmo de nascer. Enquanto a poeira ainda assenta sobre os trilhos de ferro que atravessam a fronteira, paira a pergunta que move toda a narrativa: quem matou os McBain, e por quê? O suspeito imediato é Cheyenne, fora da lei de fala mansa e amante de café, cuja reputação o precede. Mas o próprio Cheyenne parece mais interessado em proteger Jill do que em explorá-la, e decide ajudá-la a encontrar os verdadeiros responsáveis. As pistas apontam para Frank, um pistoleiro cruel e metódico, agora a serviço de empresários gananciosos que querem controlar as terras onde os trilhos devem passar. Porém, Frank também está na mira de outro homem: um estranho conhecido apenas como Harmonica, cuja presença enigmática e olhar carregado revelam uma história ainda mais antiga e pessoal de vingança.