Para quem leu “A Insustentável Leveza…” e nunca mais foi o mesmo: 7 livros para despencar com estilo

Para quem leu “A Insustentável Leveza…” e nunca mais foi o mesmo: 7 livros para despencar com estilo

Há quem diga que depois de Milan Kundera o mundo ficou dividido entre os que continuam vivendo normalmente e os que, vez ou outra, param diante da máquina de lavar com olhar vazio, imaginando o sentido da existência enquanto o sabão gira. Para esses últimos, bem-vindos ao clube, é possível que o romance tenha aberto uma fenda na realidade. Nada de muito prático foi perdido, exceto o sossego, a leveza de espírito e aquela doce alienação que permitia rir de piadas em churrascos de família. Mas, se já é tarde demais para voltar atrás, então que se continue o mergulho, com estilo e uma dose de ironia existencial.

Porque despencar, sim. Mas de preferência com um livro bom na mão, uma cicatriz emocional bem articulada e um olhar ligeiramente blasé diante da catástrofe. Afinal, depois de questionar a eternidade do retorno e a farsa dos amores leves, não dá para aceitar qualquer autoajuda disfarçada de literatura. É preciso mais: frases bem escritas que doem com elegância, personagens que erram com argumentos filosóficos e enredos que nos derrubam como quem oferece a queda como única forma legítima de voo. Só assim seguimos, decadentes, lúcidos, e um pouco charmosos, talvez.

Eis, então, quatro livros que não apenas acompanham essa vertigem, mas a aprimoram. Obras que não querem salvá-lo, mas piorar tudo de maneira tão refinada que você vai agradecer. Porque se é pra sofrer, que seja com coerência estética, boa sintaxe e personagens que também estão por um fio. Que o leitor esteja avisado: a queda continua. Mas, ao menos, há beleza no abismo.