Taiguara: a tragédia do homem que quis cantar o impossível e pagou um preço alto demais
A cena abre com um piano fechado, tampo sob flanela escura, poeira correndo lenta. Lá fora, a madrugada não termina; aqui dentro, livros, partituras, um abajur aceso. Taiguara respira baixo, mede o ar, encosta a mão nas teclas mudas. O silêncio parece burocrático, dobrado e datado, como se a música já viesse carimbada. Uma etiqueta prende o país inteiro em poucas linhas. A agulha ainda não desce, mas algo vibra. A beleza quer falar.







