Autor: Carlos Willian Leite

12 maiores escritoras brasileiras de hoje, eleitas pelos leitores

12 maiores escritoras brasileiras de hoje, eleitas pelos leitores

Nos últimos vinte anos, enquanto o país oscilava entre crises e reinvenções, uma nova paisagem literária se formava. Autoras que não apenas publicavam: deslocavam, tensionavam, redimensionavam o modo de narrar o Brasil. Não se trata de juventude biográfica, mas de gesto literário — uma escrita que vem das margens, do íntimo, da experiência e da escuta. Para identificar quais dessas vozes marcaram com mais força o imaginário dos leitores, a Revista Bula realizou uma enquete com 237 participantes — leitores frequentes e assinantes de sua newsletter — de quinze estados brasileiros.

O estranho caso de Mia Couto: o escritor com mais fãs do que leitores Mariano Silva / Divulgação

O estranho caso de Mia Couto: o escritor com mais fãs do que leitores

Não era incomum ouvi-lo murmurado em cafés, ecoando feito mantra desprovido de mantra: Mia Couto, Mia Couto, Mia… a sílaba se dissolvendo sem esforço. Nome-bandeira, nome-pulso, nome-vazio preenchido por um tipo de afeto que dispensa o objeto amado. Como um Deus pagão que se adora, mas cujo rosto ninguém jamais contemplou. Diziam que o liam, sim, juravam por fotos e hashtags, fingiam nas mesas dos bares. Mas poucos atravessavam o rio; quase ninguém alcançava a outra margem.

7 livros encantadores, viscerais e inesquecíveis, que valem cada milésimo de segundo do seu tempo

7 livros encantadores, viscerais e inesquecíveis, que valem cada milésimo de segundo do seu tempo

Entre alucinação e epifania, há livros que não se contentam em ser lidos — eles invadem, atravessam, incendeiam. São obras que fazem o coração tropeçar e a alma suar frio, como se revelassem algo que sempre esteve ali, mas que só agora se teve coragem de olhar. Neste pequeno altar da literatura visceral, sete vozes inesquecíveis se encontram para lembrar que a vida não se explica: se devora. Cada uma dessas obras pulsa como uma artéria aberta — e vale cada milésimo de segundo do seu espanto.

O livro mais belo e mais injustiçado da história da literatura

O livro mais belo e mais injustiçado da história da literatura

A luz de Los Angeles, feita para enganar, cintila, irônica, sobre Arturo Bandini. Menino de Colorado com sonhos maiores que o estômago e que a carteira, mas menores que seu orgulho. O quarto apertado, papel amarelecido na gaveta e meia dúzia de laranjas entre dentes quebradiços; um sujeito insistindo em ser Joyce sem ter a quem contar. Miséria é uma palavra que ele não conhece, ou se conhece, finge esquecer na esquina seguinte, onde as prostitutas se oferecem com a cumplicidade amarga das notas enviadas pela mãe. Há algo sobre fracasso que ninguém quer ver, algo escondido na pretensão ingênua de uma ambição nunca cumprida.

Stephen King é o McDonald’s da literatura?

Stephen King é o McDonald’s da literatura?

Ele não pede licença. Entra como fumaça por debaixo da porta, sem polidez nem mistério. Stephen King escreve como quem sangra e ri ao mesmo tempo, sem remorso, sem polimento. Seus livros são muitos, talvez demais, e essa abundância confunde. Alguns veem excesso, outros veem fôlego. Há quem o ame com culpa e quem o odeie com preguiça. Mas ignorá-lo é impossível. Ele construiu uma estrada entre o medo e o afeto — uma estrada larga, de pista dupla. E continua ali, dia após dia, servindo histórias como quem serve fast-food quente em bandejas literárias que ardem na mão.