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Sei duas ou três coisas de Godard, e todas me remetem a mim mesmo, ao garoto esquisito que sempre fora, capaz tanto de declinar de convescotes idílicos regados a bebedeiras homéricas no Parque da Cidade como de matar as aulas do cursinho pré-vestibular que meus pais pagavam com algum sacrifício para me encafuar no deserto sem fim de breu e ácaros do Cine Brasília, onde me assombrava com o gênio de Godard em maravilhas infernais como sua versão da ópera de Bizet.

Ah, as mulheres e seus mistérios! Desde que o mundo é mundo, há aquelas mulheres que pensam, com convicção, que o fato de serem fisicamente mais frágeis que nós homens lhes dá o direito de tripudiar dos pobres-diabos que caem seduzidos por suas graças, ou seja, 99% da humanidade. Existem também as mulheres que, em pleno século 21, fazem do charme um meio de ganhar a vida, como em “A Garota Húngara”, de Attila Szász, um filme despretensioso, mas revelador.