Livros

O livro mais caro do Brasil foi vendido por 143 mil reais — e esconde uma tragédia

O livro mais caro do Brasil foi vendido por 143 mil reais — e esconde uma tragédia

Em dezembro de 2021, um exemplar raro da primeira edição de “Os Sertões”, obra que Euclides da Cunha publicou em 1902, tornou-se o livro mais caro já vendido no Brasil, atingindo R$ 143 mil num leilão no Rio de Janeiro. O volume, com cerca de oitenta correções feitas à mão pelo autor, revela as angústias e contradições do escritor ao narrar a Guerra de Canudos. Mais do que um objeto raro, o livro simboliza um Brasil dividido, complexo e violento, cuja história permanece aberta, incômoda e ainda profundamente atual.

Os 4 livros que Virginia Woolf carregava na bolsa

Os 4 livros que Virginia Woolf carregava na bolsa

Virginia Woolf levava livros na bolsa não como quem carrega histórias, mas como quem transporta perguntas. Não eram volumes para consulta, mas presenças. Vozes que exigiam releitura, confronto, demora. Alguns lhe ofereciam precisão, outros pausa. O que eles tinham em comum não era o gênero, o país ou a época, mas o modo como tensionavam a experiência. Austen, Chekhov, Thoreau, Tolstói. Autores que não explicavam o mundo, mas que o faziam vibrar em camadas. Os livros que Woolf escolhia mantinham seus silêncios vivos mesmo fora da página.

5 livros que influenciaram a escrita de Guimarães Rosa antes de criar sua própria linguagem

5 livros que influenciaram a escrita de Guimarães Rosa antes de criar sua própria linguagem

Antes de inventar uma língua própria, Guimarães Rosa escutou muitas outras. Não só línguas de povos, mas vozes de autores que lhe deram base, contraste e fricção. Algumas ele citou com gosto; outras os críticos rastrearam a partir das curvas de sua prosa. Em comum, estão as perguntas que o assombravam: o que pode uma frase? Onde começa uma voz? E o que ainda resta da linguagem quando o mundo já não dá conta de nomear o mundo?

O fim do pai e o começo da voz: o que Natália Timerman e Leïla Slimani têm em comum Fotos / Renato Parada e Francesca Montovani

O fim do pai e o começo da voz: o que Natália Timerman e Leïla Slimani têm em comum

Duas escritoras, dois lutos, duas formas de entender a morte como ponto de virada. Uma encontra na ausência do pai a chave para a origem. A outra, o impulso para se tornar o que ainda não era. Ambas escrevem da margem da dor, mas sem sentimentalismo — com lucidez e desassossego. Quando o pai se vai, algo se desloca: a tradição cede, a identidade emerge, a escrita acontece. E talvez, entre o silêncio herdado e a voz recém-descoberta, o que se forma seja não só literatura, mas lugar para existir.

Os 7 livros que Gabriel García Márquez leu antes de inventar um mundo

Os 7 livros que Gabriel García Márquez leu antes de inventar um mundo

Antes de Macondo, houve assombro. Gabriel García Márquez não nasceu pronto: leu, tremeu, copiou, rasgou páginas, escreveu de novo. Em algum ponto entre Kafka e Rulfo, ele entendeu que o mundo não precisava ser real para ser verdadeiro. Esta não é uma lista. É um caminho, ou um espelho partido, de sete livros que o atravessaram antes que ele atravessasse a literatura. Livros que não o influenciaram: o formaram. E que, de certo modo, seguem escrevendo por nós, mesmo depois do ponto final.