Livros

Julio Cortázar é idolatrado por leitores que fingem gostar do que não entendem

Julio Cortázar é idolatrado por leitores que fingem gostar do que não entendem

De repente ficou óbvio, naquela roda de conversa sobre livros, que quase ninguém ali realmente entendia do que estava falando. Citavam trechos, referências cruzadas, páginas avulsas como cartas de baralho jogadas sobre a mesa, e alguém mencionou Cortázar, assim, sem aviso, e a conversa mudou de tom como se tivessem tocado num ponto sagrado. Cortázar virou aquilo, um santo literário estranho, desses que não se questiona nunca, porque questionar Cortázar é mostrar que você talvez não seja inteligente o suficiente para entrar no clube secreto dos leitores sérios. E no fundo, ele pensa agora, ninguém entendia nada mesmo.

4 livros que confortam mais do que 1000 conselhos

4 livros que confortam mais do que 1000 conselhos

Há momentos em que tudo o que nos resta é recuar para dentro de nós mesmos. Palavras bem colocadas, às vezes, podem acolher mais que conselhos bem-intencionados. Livros não resolvem problemas, é verdade, mas nos abraçam no silêncio das páginas, compartilhando conosco um peso que ninguém mais compreende. São obras que não prometem curas, mas que talvez aliviem por revelar delicadamente que não estamos sós na experiência humana. São vozes antigas ou contemporâneas, sempre discretas, que nos confortam exatamente por não tentar resolver a vida por nós.

5 leituras para quem prefere Virginia Woolf à terapia

5 leituras para quem prefere Virginia Woolf à terapia

É curioso como algumas pessoas lidam com a vida mergulhando no caos para esquecê-lo. Outras, com mais sorte ou menos senso prático, preferem a literatura, essa terapia não regulamentada que dispensa crachá, diploma e horário marcado. Se Virginia Woolf substitui sua analista e Sylvia Plath fala mais alto que o seu grupo de apoio, este texto é para você. Aqui, os personagens não querem se resolver, querem se escrever. E tudo bem: às vezes, não entender é o primeiro passo para continuar vivendo.

10 histórias que poderiam ser lidas daqui a 100 anos — e ainda fariam sentido

10 histórias que poderiam ser lidas daqui a 100 anos — e ainda fariam sentido

Em um futuro em que talvez os carros voem, mas o Wi-Fi ainda caia no meio de reuniões importantes, algumas histórias continuarão a nos atravessar com a mesma precisão incômoda de um exame de consciência. Não importa quantas inteligências artificiais tentem prever nosso comportamento, certos livros ainda parecerão escritos sob medida para nossos tropeços mais humanos. Afinal, mesmo que os sentimentos venham a ser classificados como dados obsoletos, ainda vai doer ser rejeitado por mensagem, abandonado num beco emocional ou ignorado no silêncio ensurdecedor da indiferença alheia.

6 livros que tocam profundamente — e nunca mais deixam o coração de quem lê

6 livros que tocam profundamente — e nunca mais deixam o coração de quem lê

Alguns livros têm uma estranha habilidade de se enraizar na memória, deixando marcas profundas que, discretamente, nos acompanham pela vida inteira. São histórias capazes de romper barreiras, diluir resistências e moldar silenciosamente nossas emoções. Quando terminamos a última página, sentimos algo entre alívio e vazio, talvez até uma espécie de melancolia suave, um reconhecimento implícito de que, dali em diante, não seremos mais exatamente quem éramos antes daquela leitura. Os livros assim nos habitam como lembranças de algo que não vivemos diretamente, mas que sentimos profundamente.