O livro que mais pessoas mentem já ter lido
Entre páginas de papel fino e letras miúdas, como se desenhadas a lápis numa tarde sonolenta de domingo, repousa um dos livros mais mencionados e menos verdadeiramente lidos do mundo. Fala-se muito nele, nas mesas dos cafés literários e nas conversas informais que fingem casualidade, mas ninguém admite francamente o abandono precoce, a incompreensão das primeiras linhas, a dificuldade em avançar além do ritual memorável do chá e da madeleine. Parece haver um acordo tácito, um pacto discreto entre leitores imaginários e páginas nunca plenamente abertas.