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5 filmes que tratam o público como gente inteligente

5 filmes que tratam o público como gente inteligente

Ser um verdadeiro apreciador da Sétima Arte traz consigo não apenas encantamentos, mas também desconfortos inevitáveis. Um dos mais frustrantes é reconhecer, quase sempre à contragosto, quando um filme foi feito com o cuidado que a arte exige. E aqui não me refiro apenas à cenografia minuciosa ou ao figurino bem pensado, mas também a uma edição que respeite o ritmo das cenas, a um roteiro que não abra concessões fáceis nem trate o espectador como incapaz de interpretar nuances, e a atuações comprometidas com a verdade da história.

O único filme que você precisa ver neste feriado (confie em mim)

O único filme que você precisa ver neste feriado (confie em mim)

“Warfare” desarma qualquer expectativa de nobreza bélica ao instaurar, desde seu primeiro frame, um estado de tensão que não dá trégua. Não há espaço para discursos heroicos nem para bandeiras tremulando ao vento. O que acontece aqui é o pavor encarnado, o colapso do controle, a orquestra do caos. Dirigido por Alex Garland em parceria com Ray Mendoza, ex-militar cuja vivência real se infiltra no filme como sangue em tecido, o longa reconstitui o desespero de uma operação militar em Ramadi, em 2006, com uma urgência que dispensa qualquer contextualização narrativa.

Aquecimento para o fim de semana: 5 filmaços que chegaram na Netflix David James / Universal Pictures

Aquecimento para o fim de semana: 5 filmaços que chegaram na Netflix

Quando a semana se despede em meio ao cansaço acumulado e à ânsia por momentos de pausa, poucos rituais proporcionam tanto conforto quanto a escolha cuidadosa de um bom filme para inaugurar o fim de semana. Nesse intervalo sutil entre a rotina e o respiro, o cinema torna-se mais que entretenimento: é companhia silenciosa, portal para outros mundos, espelho sensível das emoções que ainda não sabemos nomear.

Ficção científica baseada em saga de Stephen King, com Idris Elba, está na Netflix Jessica Miglio / Sony Pictures

Ficção científica baseada em saga de Stephen King, com Idris Elba, está na Netflix

Há filmes que não são avaliados por aquilo que oferecem, mas pelo que se esperava que fossem. “A Torre Negra”, adaptação cinematográfica lançada em 2017 a partir da saga monumental de Stephen King, talvez jamais tenha tido uma chance justa. Antes mesmo de seus primeiros minutos, já carregava nos ombros o fardo das comparações inevitáveis, dos desejos não atendidos, da nostalgia literária projetada como sentença. O que se viu, portanto, não foi apenas um filme, foi o reflexo de uma frustração coletiva diante de um espelho que recusava devolver a imagem esperada.

Delírio e fantasia: ícone do cinema é recriado, amparado pelo inegável talento de Timothée Chalamet Divulgação / Warner Bros.

Delírio e fantasia: ícone do cinema é recriado, amparado pelo inegável talento de Timothée Chalamet

Se há algo mais difícil do que criar magia no cinema é recriá-la a partir de um legado. “Wonka” parte dessa tarefa espinhosa com ares de desafio criativo: não se contenta em apenas recontar a gênese do icônico chocolatier de “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, mas arrisca em algo mais ambicioso: tecer um novo imaginário sobre um velho conhecido, sem trair o encanto original nem se curvar à nostalgia preguiçosa.