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Boa parte do interesse que o “Sete Homens e um Destino” de Antoine Fuqua despertou no júri do Festival Internacional de Cinema de Toronto, o TIFF, deve-se, claro, ao original, levado à tela por John Sturges (1910-1992) em 1960. O roteiro de uma equipe composta por seis autores, da qual destacam-se os japoneses Akira Kurosawa (1910-1998), Shinobu Hashimoto (1918-2018) e Hideo Oguni (1904-1996), passados mais de cinquenta anos, ainda impressiona. Mas Fuqua tem seus próprios méritos.

A morte ataca em todas as frentes em “Desespero Profundo”. O filme de Claudio Fäh acerta o alvo ao conseguir manter o terror de uma história que prima pelo absurdo, juntando num cenário claustrofóbico uma fauna humana diversa, forçada a conviver — e quiçá acostumar-se à morte — debaixo de uma massa de água inalcançável. Aos poucos, a metáfora do mar e seus perigos ocultos passa a fazer ainda mais sentido.

Reaprendendo a viver, ainda se conformando com essa nova e dura realidade, a cantora, perfilada por Irene Taylor em seus detalhes mais lúgubres em “I Am: Céline Dion”, decide que a hora é de escancarar uma intimidade que o público não vê e da qual decerto gostaria de participar, uns por compaixão, outros pela mórbida e tão humana urgência de consolar-se com a dor de quem julgavam imune a essas comezinhas tristezas.

Em 1988, Nicholas Winton (1909-2015) está sentado na plateia do “That’s Life!”, programa exibido pela BBC One de 1973 a 1994 que tinha entre suas pautas mais frequentes assuntos do consumidor. Todo o auditório é composto por gente que ele salvou da morte ao longo das trevas do nazismo, crianças que são agora damas e cavalheiros em idade provecta, mas esse segredo só se mostra na conclusão de “Uma Vida — A História de Nicholas Winton”, a linda biografia elaborada por James Hawes para narrar os pontos mais duros da jornada de um benemérito improvável.