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5 novos filmes que estrearam na HBO Max em julho e merecem entrar na sua lista antes do mês acabar Divulgação / Warner Bros.

5 novos filmes que estrearam na HBO Max em julho e merecem entrar na sua lista antes do mês acabar

Julho não terminou — e talvez o mês ainda guarde algo que valha a pena ser visto. A HBO Max recebeu, em silêncio, uma leva de estreias que escapam da lógica das vitrines gritantes e dos algoritmos impacientes. São filmes que se insinuam devagar, que têm coisa a dizer mesmo quando parecem simples. Alguns revisitados, outros inéditos, mas todos com algum tipo de urgência — moral, emocional, histórica. Se você ainda se pergunta o que assistir antes que o calendário vire, talvez a resposta esteja em olhar com mais calma.

Se existe um faroeste que todos devem ver ao menos uma vez na vida, é a obra-prima de John Sturges — agora no Prime Video Divulgação / United Artists

Se existe um faroeste que todos devem ver ao menos uma vez na vida, é a obra-prima de John Sturges — agora no Prime Video

John Sturges (1910-1992) aproveita bem os ventos de liberdade que sopravam naquele distante 1960 para carregar nas tintas do discurso patriota, e o que se vê em “Sete Homens e um Destino” é mais um dos tantos shows de interpretação de um elenco no auge da potência física e da maturidade profissional. A adaptação dos roteiristas Walter Bernstein (1919-2021) e William Roberts (1913-1997) salta aos olhos justamente porque tem a sensibilidade de inserir todos os efeitos que transformaram essa história num clássico atemporal do cinema.

Acaba de estrear no Prime Video o grande vencedor do Oscar 2025 Divulgação / FilmNation Entertainment

Acaba de estrear no Prime Video o grande vencedor do Oscar 2025

A madrugada em Nova York não termina, apenas muda de cor. Entre o neon e o cinza, uma moça dança. Dança com o corpo treinado, mas o olhar de quem já aprendeu que não há salvação fora do palco. “Anora”, de Sean Baker, vencedor do Oscar de Melhor Filme em 2025, começa onde tantos outros terminam: no instante em que a promessa implode e resta o contorno fosco da sobrevivência. É uma narrativa que se desenha como fábula tardia, mas logo recusa a moral. O que sobra é ruído. Um vazio iluminado por dólar amassado e presente caro, como se o luxo fosse suficiente para esquecer o que se vendeu para recebê-lo.

Na Netflix, o thriller mais sombrio de Scorsese coloca De Niro e Nick Nolte em um confronto inesquecível Divulgação / Universal Pictures

Na Netflix, o thriller mais sombrio de Scorsese coloca De Niro e Nick Nolte em um confronto inesquecível

Martin Scorsese continua a ser o diretor mais personalista de Hollywood. Em seus filmes, sempre há espaço para a sofisticação, ainda que uma violência atávica tenha de eclodir, como se vê em “Cabo do Medo”, a história de um homem cujo desejo insano por reparação o consome, o alimenta e o destrói. Em sua versão para “Círculo do Medo” (1962), de J. Lee Thompson (1914-2002), Scorsese mescla ordem e caos, beleza e hediondez, obtendo uma história objetiva sem prejuízo do detalhe, da insinuação, o que prova que seu estilo, já primoroso, só fez ficar melhor.

Aclamado por críticos e fãs de Agatha Christie: o suspense mais subestimado da Netflix Christopher Raphael / Warner Bros.

Aclamado por críticos e fãs de Agatha Christie: o suspense mais subestimado da Netflix

Em “Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras”, Guy Ritchie transforma o mais racional dos detetives em peça frágil num tabuleiro em combustão. Com direção estilizada e tensão geopolítica crescente, o filme tira Holmes de Baker Street e o joga contra a lógica de um novo século — onde guerra, lucro e caos são inseparáveis. Robert Downey Jr. e Jude Law constroem uma dupla emocionalmente exausta, em meio a um thriller que questiona se o gênio dedutivo ainda serve para algo quando o mundo já não quer ser entendido.