Como um diretor transformou sua equipe de filmagem em suspeitos de homicídio
Havia algo de ancestral naquela mata. Não era apenas a densidade úmida que lambia a pele como uma lesma, mas a sensação incômoda de que o tempo ali funcionava dentro de sua própria lógica. Hostil e silenciosa, a selva ameaçava engolir quem ousasse cravar os pés no chão macio com câmeras e pretensões. Quando a equipe desembarcou com seus refletores frágeis, roteiros improvisados e a arrogância típica do europeu que acredita que sua civilidade está acima das forças da natureza, e que a arte dá salvo-conduto para qualquer coisa, a Amazônia apenas observava.








