Manifesto pelo direito de não ter opinião
Com o heterônimo de Alberto Caeiro, Fernando Pessoa dizia haver “metafísica bastante em não pensar em nada”. O poeta disseminou incansavelmente a adoração da coisa pela coisa, dedicando especial atenção à contemplação da natureza em sua forma mais pura, desnuda de qualquer juízo de valor: “Creio no mundo como num malmequer, porque o vejo. Mas não penso nele porque pensar é não compreender… O mundo não se fez para pensarmos nele (pensar é estar doente dos olhos), mas para olharmos para ele e estarmos de acordo”.