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Algumas verdades sobre seriados

Algumas verdades sobre seriados

Assistir a séries é mergulhar em universos criados para entreter, mas também para revelar segredos da própria narrativa televisiva. Entre episódios que nada acrescentam, capítulos belíssimos visualmente mas rasos de enredo, finais que empolgam menos que os penúltimos e a temida terceira temporada que quase sempre desafia roteiristas, existe um padrão curioso. Quem acompanha várias produções percebe logo esses pontos em comum. E, apesar das críticas, esses truques narrativos sustentam as histórias, seguram audiência e mantêm viva a magia de cada série.

O avião tocou o solo antes da pista e pegou fogo. Ela tinha 27 anos. Antes, mudou como o Brasil vê as mulheres

O avião tocou o solo antes da pista e pegou fogo. Ela tinha 27 anos. Antes, mudou como o Brasil vê as mulheres

Filha de Niterói, nascida em 25 de março de 1945, Leila Diniz fez da própria vida uma afirmação sem catecismo. A juventude no Rio acendeu presença, humor, desejo e trabalho. A voz franca atravessou salas tímidas e virou assunto de país. Na orla, em 1971, sua gravidez à luz do dia instalou um espelho incômodo; no ano seguinte, a queda de um jato em Nova Délhi interrompeu o fôlego de quem começava a respirar por conta própria. Ficou um legado simples e exigente: alegria com responsabilidade, coragem cotidiana, sem bravata.

Entrevista perdida de Raul Seixas deixa claro que ele foi maior do que Elvis

Entrevista perdida de Raul Seixas deixa claro que ele foi maior do que Elvis

A despeito da vigência da mediocridade na seara cultural contemporânea, com a ascensão meteórica de artistas ordinários de última hora, ilustres desconhecidos sem o devido escopo qualitativo que se espera deles, em especial nas redes sociais da internet infestadas pela escumalha de patéticos influenciadores digitais, qualquer pessoa minimamente insana, sensível e desequilibrada saberá dizer quem foi Raul Seixas e conhecerá, ao menos, uma de suas canções.

Cenas da poesia marginal: Chico Alvim, Cacaso e Roberto Schwarz

Cenas da poesia marginal: Chico Alvim, Cacaso e Roberto Schwarz

Entre o exílio e a ressaca da ditadura, a amizade entre Roberto Schwarz, Francisco Alvim e Cacaso ilumina a Poesia Marginal. Reencontros, cartas e parcerias revelam um laboratório de linguagem que misturava humor, furor político e coloquialidade, em diálogo com a canção popular e a vida nas ruas. O crítico vira poeta, o diplomata aproxima gerações, o professor dá rumo ao movimento; e o país, à beira da abertura, entra no poema. Cenas íntimas e públicas se enlaçam: do maio de 68 aos corredores da PUC-Rio, num retrato geracional agudo.

O escritor que ensinou o Brasil a rir partiu. O riso ficou órfão. O país chora baixinho

O escritor que ensinou o Brasil a rir partiu. O riso ficou órfão. O país chora baixinho

Porto Alegre amanhece fria, em agosto; um sax em repouso, e o país segura o fôlego. Luis Fernando Verissimo, menino das gráficas, cronista de voz baixa, saxofonista de clubes e torcedor colorado, fecha o arco na cidade natal. Entre prensas e bondes, aprendeu atenção; entre salas e redações, entregou delicadeza e lâmina limpa. Viveu timidez generosa, respondeu leitores, preferiu ternura com precisão. Aos 88, morreu por complicações de pneumonia; ficam a cadência das colunas, o humor que cuida, a memória que não se apaga.