Ele reinventou a poesia aos 16, abandonou tudo aos 20, traficou armas na África e morreu anônimo aos 37
Arthur Rimbaud incendiou a poesia francesa ainda adolescente e abandonou a literatura aos vinte, como quem rejeita a própria glória. Nos anos seguintes, atravessou desertos, negociou armas, lidou com sultões e comerciantes de marfim. Sua trajetória oscila entre o êxtase visionário e a dureza colonial. Este ensaio acompanha essa metamorfose brutal: do poeta que queria explodir o verbo ao homem que se calou diante da linguagem. Rimbaud não se contradiz — rompe. E ao desaparecer, transforma o silêncio em gesto extremo. Não há redenção. Não há legado pacificado. Só ruína, recusa e uma ausência que ainda fere.