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Ler é morrer um pouco e voltar outro

Ler é morrer um pouco e voltar outro

Uma cidade desperta e, entre persianas e passos, leitores atravessam páginas como quem atravessa outra pressão de ar. No ônibus, no sebo, na escola, no hospital, em casa e na biblioteca, a leitura desloca ângulos, aperta músculos discretos, ensina o nome exato de um cheiro. Não consola; afina. Entre tarefas e urgências, ela grava pequenas cicatrizes e redesenha perímetros: impede um grito, autoriza um riso, desalinha o mundo de leve e aprofunda quem o vê.

Ela se jogou do oitavo andar. Era sábado. Tinha 31 anos. Antes, mudou a poesia brasileira

Ela se jogou do oitavo andar. Era sábado. Tinha 31 anos. Antes, mudou a poesia brasileira

Entre uma janela em Copacabana e cadernos que não cabiam no corpo, Ana Cristina Cesar atravessou o Rio setentista, a Inglaterra dos estudos de tradução e uma Paris de luz oblíqua. Fez da intimidade um experimento público, da carta um palco mínimo, da conversa um pulso. Amores, amizades, aulas, leituras: uma vida de precisão e risco. Em 1983, a tragédia interrompe, não encerra. O perfil segue seus passos curtos e firmes, escuta arquivos, vozes e cidade, para entender como a poesia ficou enquanto ela partia e por que ainda fere.

Quando a última livraria fechou, a cidade se despediu de si mesma

Quando a última livraria fechou, a cidade se despediu de si mesma

Depois de cinquenta e três anos de funcionamento, a última livraria da cidade fechou em 2025. O anúncio no vidro simbolizou mais que o fim de um negócio: marcou a perda de um espaço de encontro, cultura e identidade coletiva. Em meio à ascensão do comércio digital, o encerramento deixa uma ausência difícil de preencher. Sem biblioteca pública, a cidade perde também seu único ponto de acesso comum à leitura.

Chamado de louco. Internado em hospícios. Morreu aos 41 anos. Sua obra ensinou o Brasil a dar nome à dor

Chamado de louco. Internado em hospícios. Morreu aos 41 anos. Sua obra ensinou o Brasil a dar nome à dor

Afonso Henriques de Lima Barreto aprendeu o Rio no trem suburbano e viveu do salário de amanuense. Negro, atravessou o pós-Abolição entre repartições do centro e ruas de Todos os Santos, fazendo da cidade matéria de vida. Sofreu internações no sistema manicomial, resistiu ao cerco de salões e morreu cedo, aos 41, em novembro de 1922. Ignorado em vida, volta como referência: sua voz periférica, direta e irônica ajuda a ler o Brasil urbano, suas exclusões.

Os 11 maiores atores da história do cinema: a seleção suprema

Os 11 maiores atores da história do cinema: a seleção suprema

Esta lista organiza onze atores no sistema 4-3-3, adotando a linguagem tática do futebol como ferramenta comparativa para o cinema. Concebida por um historiador e um físico, ela posiciona temperamentos de tela em funções de jogo, quem ancora, quem organiza, quem rasga espaço. Os critérios são explícitos: impacto histórico, amplitude de registro, precisão técnica, potência de imagem e capacidade de alterar o tempo interno de um filme.