O corpo é uma casa arrombada pelo tempo
O corpo é uma casa arrombada pelo tempo. Entra ano, sai ano, o controle esfincteriano vacila, se desajusta. O sangue coalha no seio varicoso de veias que perdem o molejo da elasticidade para adquirir a dureza plástica de um cano ou de um canudo. Mudo, o cérebro pensa que aquilo tudo é um ledo engano, fecha curto, passa pano e requenta a marmita encefálica com papas de neurônios, sob a tempestade de sinapses chocantes dos axônios desencapados.