Fascinante, comovente e devastador, filme documental na Netflix vai te perturbar

Fascinante, comovente e devastador, filme documental na Netflix vai te perturbar

Um dos argumentos usados por um grupo pequeno, mas ruidoso, de judeus para ratificar essa suposta predileção divina cai por terra em “One of Us”, das diretoras Heidi Ewing e Rachel Grady, duas das mais sérias pesquisadoras da religião e seus efeitos sobre as organizações sociais de que o cinema dispõe hoje. Com muita cautela, Ewing e Grady conseguem a façanha de dissecar uma das comunidades judias mais fechadas, em plena Nova York, mais precisamente no Brooklyn, no extremo oeste na cidade.

Novo suspense da Netflix vai te arrastar para dentro e tirar seu fôlego por 120 minutos

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Uluç Bayraktar apresenta em “10 Dias de um Homem Bom” um sujeito virtuoso, que tenta contornar seus fracassos, reinventa-se, luta contra seus demônios, mas, como se pairasse no ar o elemento desconhecido que atrai a natureza humana para a inevitável desdita, uma nuvem de acontecimentos sem explicação à primeira análise o cerca e o obriga a tomar atitudes que até então julgava inadmissíveis, jogo narrativo pleno das acrobacias retóricas de filmes assim.

O filme mais bonito que você verá, na Netflix, vai mexer com suas emoções e tocar sua alma Bobker / Kruger Films

O filme mais bonito que você verá, na Netflix, vai mexer com suas emoções e tocar sua alma

Um olhar menos agressivo, masculino e obscuro de Hamlet, de William Shakespeare, “Ofélia”, de Claire McCarthy é inspirado no livro de Lisa Klein, que narra a tragédia nórdica sob a perspectiva feminina. É do ponto de vista de Ofélia que enxergamos o mundo e vemos como o universo ao seu redor se implode. Aqui, ela é muito mais ativa que passiva e podemos compreender melhor sua história, suas motivações e emoções.

A obra-prima do cinema brasileiro, que conquistou o mundo, está na biblioteca da Netflix Divulgação / Sony Pictures

A obra-prima do cinema brasileiro, que conquistou o mundo, está na biblioteca da Netflix

A genialidade de Hector Babenco (1946-2016) nos provoca e assegura que continuamos nos loucos anos 1980, na década perdida ela mesma, se levamos em conta que filmes como “Carandiru” seguem atuais como pastel de feira, ovo colorido, Carnavais de centenas de milhares que sequestram o direito de ir e vir de sete milhões, prefeitos malandros dados a samba, suor, cerveja e pouco trabalho e presídios sempre cheios dos três pês de que nos falou a seu modo Raymundo Faoro.

Se você acha Capitu inocente, você é machista

Se você acha Capitu inocente, você é machista

Meninas e meninos eu leio e releio, “Dom Casmurro”, do bruxo Machado de Assis, e sempre me surpreendo com as leituras deturpadas que esse clássico absoluto sofre. Incluindo leituras feitas por gigantes como Antonio Candido, Alfredo Bosi, Roberto Schwarz e Silviano Santiago. Sim, estou afirmando que eles estão errados em suas análises de “Dom Casmurro”. Acendam suas tochas, preparem as pedras e leiam abaixo meus argumentos.