Cair mata. Cuidem bem de seus velhinhos

Cair mata. Cuidem bem de seus velhinhos

Mamãe reconhece que fez estripulia ao subir numa escada íngreme carregando um peso desnecessário. Poderia ter sucedido uma tragédia, é verdade. Acontece. Acontece muito. É que a gente não conhece as estatísticas sobre os acidentes domésticos fatais. Quedas bobas. Um escorregão no chuveiro. Um tapete que enrosca nos pés. Sandálias traiçoeiras. Um tropicão noturno, ao ir até o banheiro para aliviar a bexiga. Cuidem bem dos seus velhinhos.

Uma década depois, finalmente: a obra-prima de Christopher Nolan chega à Netflix Brasil Divulgação / Warner Bros. Entertainment

Uma década depois, finalmente: a obra-prima de Christopher Nolan chega à Netflix Brasil

“Interestelar”, de Christopher Nolan, vai além da ficção científica: é uma elegia cósmica sobre vínculos humanos corroídos pelo tempo e pela ausência. Em um mundo sufocado por poeira e descrença, a esperança escapa para o espaço, não como conquista, mas como luto. A atuação de Jessica Chastain emociona pela contenção, e Anne Hathaway traz a provocação de um amor quântico. Com trilha litúrgica de Hans Zimmer, fotografia melancólica e ciência como metáfora, o filme revela que o verdadeiro abismo não é espacial — é emocional.

O filme perturbador, na Reserva Imovision, que te obriga a encarar o lado mais sombrio do ser humano Divulgação / Tartan Films

O filme perturbador, na Reserva Imovision, que te obriga a encarar o lado mais sombrio do ser humano

Refilmagem de seu próprio filme de 1997, Michael Haneke decide levar sua mensagem de forma mais abrangente ao retratá-la em inglês e com atores conhecidos de Hollywood, já que a obra anterior é austríaca. ”Violência Gratuita” é uma das produções mais incômodas, perturbadoras e provocativas do século 21. Estrelado por Naomi Watts e Tim Roth, nos papéis de Ann e George, o filme se recusa a oferecer respostas fáceis aos espectadores.

Pedro Pascal é o novo Keanu Reeves?

Pedro Pascal é o novo Keanu Reeves?

Aparece como quem não quer nada. Ou melhor, como quem já teve tudo arrancado e agora carrega o resto com delicadeza. Pedro Pascal se tornou um rosto de outro tempo, mas não do passado, de uma espécie de futuro cansado, vulnerável, que anda curvado sem pedir desculpas. Ele não representa força, representa desgaste. É o ícone improvável de uma nova masculinidade que cuida sem controle, protege sem armadura, morre sem glória. Ele não atua para vencer. Ele existe para que a derrota não pareça solitária.

7 filmes que ainda fazem a assinatura da Netflix valer a pena Divulgação / Warner Bros. Entertainment

7 filmes que ainda fazem a assinatura da Netflix valer a pena

Dentro de uma única vida cabem universos inteiros. Viver é equilibrar-se entre polos, enquanto o destino, esfíngico e silencioso, costura sua trama por entre nossas escolhas e o acaso. Na doença, podemos nos entregar ou lutar; no fracasso, podemos nos afundar ou aprender. Desse amálgama delicado de placidez e insubmissão na contingência faz-se o tal livre-arbítrio. Nos sete filmes desta seleção, vibra a ideia de paradoxo que ronda-nos a todos. Na morte está a renovação da vida; na doença, a reflexão sobre dar o necessário valor à saúde; por trás de cada retumbante fracasso, oculta-se um sucesso ansiando por estourar.