Quanto pode valer a palavra de uma mulher? Se estamos na França do século 14, como Marguerite de Carrouges (1362-1419), pouquíssimo, e a partir desse argumento Ridley Scott constrói “O Último Duelo”, outro de seus fascinantes épicos nos quais esgrime acerca de amor, amizade, honra, tudo temperado com uma dose cavalar de violência.
O esporte é uma metáfora perfeita para se discorrer a respeito da finitude, primeiro da glória, depois da própria natureza humana, como tenta fazer Chris Robinson em “Shooting Stars”. Embora pareça não fazer questão, o filme de Robinson é mais que uma cinebiografia de LeBron James, um dos astros da NBA, a liga de basquete profissional dos Estados Unidos. O bom roteiro de Frank E. Flowers, Tony Rettenmaier e Juel Taylor consegue ir além do óbvio ao recapitular também a vida dos garotos que começaram junto com ele, num passeio narrativo por sonhos, desilusões, perseverança, triunfo de uns e derrota de muitos.
Em “Bloodshot”, Vin Diesel encarna um soldado ressuscitado por nanotecnologia que, ao buscar vingança, descobre estar preso a um ciclo de manipulações e memórias forjadas. Entre explosões estilizadas, reconstruções corporais em câmera lenta e dilemas existenciais, o filme funde ação frenética com ficção científica paranoica, explorando os limites entre homem e máquina num mundo onde até a dor pode ser programada como uma linha de código.
Nicole Kidman interpreta uma mulher presa entre a rotina ornamental de uma cidade holandesa nos Estados Unidos e o colapso silencioso da vida doméstica. Em “Holland”, Mimi Cave evita o caminho direto da tensão e prefere adornar o vazio com estética calculada, transformando o desequilíbrio emocional da protagonista em um exercício de atmosfera, onde beleza e inquietude não se encontram — apenas se olham de longe, sem nunca se tocar.
Em “Legítimo Rei”, a grandiosidade visual se impõe como um dos trunfos mais evidentes. A fotografia meticulosamente composta, os cenários que transpiram autenticidade e os figurinos historicamente fiéis compõem um quadro de imersão rara, transportando o espectador diretamente ao turbulento período da Escócia medieval. No entanto, por trás desse esplendor estético, há uma narrativa que, ao tentar abarcar eventos históricos de proporção colossal em um tempo restrito, acaba comprometendo camadas de complexidade que poderiam tornar a trama ainda mais impactante.
