“A Fita Branca” é um grande filme sobre gente pequena. Arguto observador da feiura da vida, Michael Haneke vai fundo numa história sobre crimes misteriosos, figuras que encarnam seu naco de totalitarismo sem maiores impedimentos morais e os homens e mulheres comuns de um vilarejo alemão pouco antes da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). A selvagem natureza humana para o diretor-roteirista é composta de zonas muito mais indefinidas, escuras, onde cabem planos e desejos sem explicação lógica, todos de algum modo ligados à inclinação para o mal.