5 estreias recentes da Netflix que valem cada segundo — até seu celular vai esquecer de vibrar Divulgação / Netflix

5 estreias recentes da Netflix que valem cada segundo — até seu celular vai esquecer de vibrar

Entre continuação de clássico, drama biográfico disfarçado de romance, terror que vem do videogame, humor que atravessou décadas e uma obra de Spielberg que envelheceu com dignidade, cinco títulos se destacam no catálogo recente da Netflix. Nenhum depende de fórmulas novas. O mérito está na execução. E na capacidade de sustentar atenção por mérito próprio, não por ruído. São filmes que funcionam no detalhe. E que, mesmo diferentes entre si, têm algo em comum: não subestimam quem está assistindo.

O homem que escreveu um livro inteiro piscando o olho esquerdo enquanto seu corpo morria

O homem que escreveu um livro inteiro piscando o olho esquerdo enquanto seu corpo morria

Jean-Dominique Bauby sofreu um AVC e perdeu quase todos os movimentos, exceto o de uma única pálpebra. Com ela, escreveu letra por letra o livro “O Escafandro e a Borboleta”, recusando a piedade e transformando o silêncio em forma. Ditado com o olho esquerdo, o livro narra sua lucidez, desejo e humor intactos. A escrita, feita à beira da imobilidade absoluta, é mais do que testemunho: é estrutura. Uma piscada por vez, Bauby desafiou a própria extinção. Não escreveu para inspirar, escreveu para continuar existindo.

A comédia mais esperada da Netflix em 2025 estreou — e está todo mundo assistindo Divulgação / Netflix

A comédia mais esperada da Netflix em 2025 estreou — e está todo mundo assistindo

O verdadeiro amor é ridículo, nunca se submete a expectativas, despreza a razão e, o principal, ignora as diferenças. O romance entre uma estudante americana e um professor britânico é um dos assuntos de “Meu Ano em Oxford”, outra das comédias do gênero garota-encontra-garoto, cujo recorte melancólico do diretor Iain Morris segue uma tendência que há algum tempo caiu no gosto de certo público.

Os 4 livros que Virginia Woolf carregava na bolsa

Os 4 livros que Virginia Woolf carregava na bolsa

Virginia Woolf levava livros na bolsa não como quem carrega histórias, mas como quem transporta perguntas. Não eram volumes para consulta, mas presenças. Vozes que exigiam releitura, confronto, demora. Alguns lhe ofereciam precisão, outros pausa. O que eles tinham em comum não era o gênero, o país ou a época, mas o modo como tensionavam a experiência. Austen, Chekhov, Thoreau, Tolstói. Autores que não explicavam o mundo, mas que o faziam vibrar em camadas. Os livros que Woolf escolhia mantinham seus silêncios vivos mesmo fora da página.

O filme mais contido — e talvez mais poderoso — de Spielberg chegou à Netflix sem fazer alarde Divulgação / DreamWorks Pictures

O filme mais contido — e talvez mais poderoso — de Spielberg chegou à Netflix sem fazer alarde

Em “O Terminal”, Steven Spielberg se lança a um exercício constante do mais refinado nonsense, e diante do fato de que se trata de uma história real, cada um reage de uma forma. O roteiro de Sacha Gervasi, Jeff Nathanson e Andrew Niccol suaviza o tormento de Mehran Karimi Nasseri (1945-2022), um refugiado iraniano obrigado a permanecer no Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, por ter ficado sem os documentos após um suposto furto. O recorte de Spielberg fixa-se num ilógico otimismo, carregando nas tintas da sátira.