Treze livros que podem fazer o cérebro entrar em colapso

Treze livros que podem fazer o cérebro entrar em colapso

O escritor gaúcho Luis Fernando Verissimo, na crônica “Fobia”, publicada no divertidíssimo livro “Banquete Com os Deuses”, admitiu que lê obsessivamente qualquer coisa, de manuais de tricô até etiquetas de lençóis, passando pelo mais pueril best-seller, movido pela pura e simples “dependência patológica na palavra impressa”. Eu, extrapolando a tese do filho do Erico, acredito que com algum treino, masoquismo, espírito vadio e senso de humor, esse vício pode se transformar num divertido teste de resistência intelectual. Pode ser tanto na categoria de provas rápidas, lendo frases sem pai nem mãe na internet, ou maratonista, dispondo-se a percorrer inteiras obras obradas e assinadas.

Em algum lugar por aí, tem alguém pensando em você com ternura

Em algum lugar por aí, tem alguém pensando em você com ternura

Repare. Em algum lugar, de alguma sorte, alguém está fazendo uma coisa boa por nós. Talvez você nem note. Mas tem alguém compensando nossa truculência, atenuando a dureza do mundo, nivelando a vida por cima. Tem alguém levando à frente a compaixão divina num gesto de bondade simples, à toa. Alguém de coração disposto e mãos ativas. Tem, sim. Em algum lugar por aí, tem alguém pensando em você com ternura.

Consertando Star Wars

George Lucas é o menos genial dos gênios do cinema. Na prática, ele dirigiu uma ficção científica mediana, “THX-1138” (1970), um bom filme adolescente, “American Graffiti — Loucuras de Verão” (1973), e uma fantasia espacial simples e brilhante que mudou para sempre a indústria cinematográfica, “Star Wars” (1977). Quase ganhou o Oscar de Melhor Filme e o de melhor Direção. Depois se tornou basicamente um produtor, um dos mais bem-sucedidos de todos os tempos, mas não mais um artista que se coloca à frente dos aspectos criativo dos filmes. A maior parte das qualidades do extraordinário “O Império Contra-Ataca” (1980) foram mais mérito do diretor Irvin Kershner do que de Lucas, ao passo que a maior parte dos lamentáveis defeitos do fraco “O Retorno do Jedi” (1983) foram mais culpa de Lucas do que do diretor Richard Marquand.

Encontrar é se perder. E vice-versa

Encontrar é se perder. E vice-versa

Não, eu não tenho certeza de nada. Não imagino o que vai acontecer agora. Sei lá que rumo tomarão nossas vontades estranhas, elas que de tão livres ousaram atravessar a vida e nos descobrir sozinhos aqui, bichos simples e doces na noite alta. Nem desconfio onde isso vai dar, não tenho ideia do caminho a seguir. Quanto tempo nos cabe, sei tampouco. Nem o tempo suspeita. Só Deus sabe, mas o tempo divino é outro, não é? Acontece para muito além das pequenas coisas cá debaixo. É o insondável, a mirada impossível, a eternidade de cada segundo. Melhor não tentar contar. Mais certo é viver.

Sabemos onde fomos, mas não enxergamos onde poderíamos ir

Sabemos onde fomos, mas não enxergamos onde poderíamos ir

Não há luz nesse cômodo onde o sol se escondeu atrás da própria sombra. Suas visitas nesse momento são as dúvidas e as dívidas de compromissos que se multiplicam em contas para pagar, e são também as picuinhas dos invejosos e dos mal-humorados que só atrapalham a sua humilde tentativa de viver em paz. Você quer sair desse lugar apertado. As janelas da sua alma estão fechadas, está tudo escuro e seu silêncio dói. Que miserável! Como pode alguém viver assim? Perdido nas profundezas da vida, ocultado da sua própria sorte, subjugado por seu próprio medo.