Ele disse: “ninguém abandona um homem como eu”. Ela pegou os filhos e saiu. A artista que recusou ser só mulher de Picasso
No fim da tarde, o apartamento em Nova York parece suspenso dentro de um aquário silencioso. As telas encostadas nas paredes guardam azuis ásperos, verdes que lembram campos dos arredores de Paris, rostos sem biografia de celebridade. Com mais de cem anos, Françoise Gilot se inclina sobre uma aquarela recente; a mão continua firme, disciplinada por décadas de teimosia. Ainda ecoa, entre livros e tintas, a frase antiga e intacta: ninguém abandona um homem como eu.







