Malgrado usar de muita tecnologia, filmes como “Cópias – De Volta à Vida” pagam tributo a “Frankenstein” (1818) — e é mesmo difícil superar a genialidade de Mary Shelley (1797-1851) quanto a inventar cenários e situações que ainda tenham algo de novo a dizer a respeito de um indivíduo que renasce fora de seu tempo, deslocado, absorto pela mágoa, na eterna busca do brio que julga ainda poder recuperar. Aqui, William Foster, o anti-herói de Keanu Reeves, se flagra cercado por dilemas morais.

Ridley Scott, aos 86 anos, continua a desafiar as convenções do cinema histórico com “Êxodo: Deuses e Reis”. Este épico reconta a saga de Moisés, destacando-se pela grandiosidade visual e a reinterpretação ousada de eventos bíblicos. Através de um elenco de peso e efeitos especiais impressionantes, Scott mescla história e mitologia, questionando dogmas e trazendo à tona a eterna luta pela liberdade e justiça.

Em “Upgrade: Atualização,” dirigido por Leigh Whannell, acompanhamos a saga de Grey Trace, um homem cuja vida é destruída por um crime brutal. Deixado tetraplégico e devastado pela perda da esposa, ele é levado a aceitar um experimento radical: um microchip que pode restaurar seus movimentos. A narrativa mergulha em temas de vingança e tecnologia, enquanto Grey se lança em uma jornada implacável para punir os responsáveis e recuperar o controle sobre sua vida.

A pandemia foi uma excelente desculpa para que entornássemos garrafas de vinho umas atrás das outras, nos entupíssemos de comida por entrega e, o melhor, colocássemos em dia a leitura e a pilha de filmes antigos a que passamos a vida tentando assistir. Por isso, é tão fácil identificarmo-nos com Anna Fox, a psicóloga traumatizada de Amy Adams em “A Mulher na Janela”. O best-seller de A.J. Finn publicado em 2018, virou um suspense hitchcockiano para ninguém botar defeito pelas mãos de Tracy Letts.