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Gene Hackman e John Cusack em thriller de tribunal baseado em best seller de John Grisham, na Netflix Divulgação / New Regency Productions

Gene Hackman e John Cusack em thriller de tribunal baseado em best seller de John Grisham, na Netflix

Há filmes que permanecem vivos não pelo espetáculo visual ou pela pirotecnia narrativa, mas porque têm a coragem de explorar os interstícios onde a justiça se corrompe e o poder se dissimula. “O Júri”, dirigido por Gary Fleder e baseado no romance homônimo de John Grisham, é exatamente esse tipo de cinema — não aquele que nos oferece respostas bobas, mas que expõe a engrenagem oculta por trás do veredito.

Thriller de ação com Viola Davis que acaba de estrear no Prime Video Ilze Kitshoff / Amazon Studios

Thriller de ação com Viola Davis que acaba de estrear no Prime Video

Viola Davis não atua apenas — ela impõe presença. Sua performance não se ancora em arroubos dramáticos, mas na contenção que só grandes intérpretes dominam. Ela interpreta uma presidente acuada não pela fraqueza, mas pela lucidez diante de um sistema que se desfaz de dentro para fora. Sua liderança é crível não por carregar um discurso empoderado, mas por encarnar uma racionalidade política que desafia tanto a narrativa típica de heroísmo masculino quanto o arquétipo da mulher emocionalmente volátil.

O maior faroeste existencialista da história do cinema está no Prime Video — e não tem herói, redenção ou trilha sonora Divulgação / Miramax Films

O maior faroeste existencialista da história do cinema está no Prime Video — e não tem herói, redenção ou trilha sonora

Num deserto onde até o silêncio parece armado, três homens seguem destinos cruzados por dinheiro, desespero e morte. “Onde os Fracos Não Têm Vez” é mais que um thriller de perseguição: é uma parábola sombria sobre a erosão da moral num mundo onde a violência já não pede justificativas. Os irmãos Coen traduzem McCarthy em cinema seco, implacável, assombrosamente lúcido e carregado de presságios viscerais.

Suspense francês com uma das reviravoltas mais inacreditáveis do cinema, na Netflix Divulgação / Netflix

Suspense francês com uma das reviravoltas mais inacreditáveis do cinema, na Netflix

A primeira imagem de “O Paciente Perdido” não pede licença: uma casa, um massacre, o silêncio que grita. É com essa violência seca — sem preâmbulo, sem aviso — que o filme francês nos arremessa em um abismo que não é apenas narrativo, mas existencial. A tragédia familiar que se anuncia nos primeiros minutos não serve como gancho sensacionalista, mas como um rompimento absoluto: a partir dali, o tempo se torna suspenso, a memória falha e a realidade começa a se esfacelar.

O filme que Jessica Lange se arrepende de ter feito, na Netflix Divulgação / Columbia TriStar

O filme que Jessica Lange se arrepende de ter feito, na Netflix

A espinha dorsal da narrativa é o vínculo doentio entre Martha, uma viúva que camufla seus delírios sob véus de religiosidade e moralidade sulista, e seu filho Jackson, um homem cuja passividade revela não maturidade, mas paralisia emocional. A presença de Helen — jovem órfã e sedenta por pertencimento — desestabiliza esse ecossistema incestuoso não apenas por ser uma intrusa, mas por ameaçar romper com o pacto silencioso que mantém essa estrutura disfuncional em funcionamento.