“O Urso do Pó Branco” é uma dessas histórias que nos exigem uma boa dose de condescendência e, por que não?, de coragem. Em 1985, uma grande carga de cocaína caiu na Floresta de Chattahoochee, na Geórgia, e a partir de um acontecimento meio trivial Elizabeth Banks tece uma sátira acerca do absurdo a permear a vida do homem, tudo regado a muito sangue.
“Renfield — Dando Sangue Pelo Chefe” volta à figura do Empalador pela lente da comédia e fazendo com que o ângulo torne-se tão abrangente que cabe também um seu subordinado — a ponto de ser ele, afinal, o protagonista aqui. Robert Montague Renfield, a figura central do terrir de Chris McKay, é uma criatura torturada que desde o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) serve ao Príncipe das Trevas a contragosto, pelas razões que o diretor destrincha com bastante cuidado.
Estilo é estilo. Existe uma contradição fundamental entre quem diz perseguir um estilo ou estar à procura de um. A maneira verdadeiramente única de se expressar — e aqui nos referimos à expressão artística, que se tenha claro — não necessita nada além da vontade, às vezes nem isso. Estilo nunca foi um problema para John Carpenter, como seus “Vampiros” tratam de salientar.
A fé pode ser salvação ou condenação, dependendo das intenções de quem a controla. Neste filme, Gareth Evans conduz o espectador por uma jornada sombria, onde o fervor religioso se mistura ao medo, e a busca por redenção se converte em luta pela sobrevivência. Em um ambiente onde a dúvida é punida com sangue, um homem precisa se infiltrar em uma comunidade isolada para resgatar sua irmã, sem saber que os maiores perigos não estão na fé professada, mas nos segredos que ela esconde.
As sombras de Comala guardam mais do que lembranças; são testemunhas de um tempo que insiste em não partir. Na adaptação de “Pedro Páramo”, Rodrigo Prieto transforma em imagens a prosa espectral de Juan Rulfo, dando forma ao limbo habitado por almas inquietas. No centro dessa jornada, Tenoch Huerta encarna Juan Preciado, que, movido por uma promessa, retorna às origens para confrontar a herança de um pai que impôs sua vontade sobre vivos e mortos.
