“Exército do Amanhã”, dirigido por Ng Yuen-fai, mergulha em um futuro apocalíptico onde a escassez de recursos e a poluição fazem da sobrevivência uma batalha diária. Embora graficamente impecável, a narrativa se perde em clichês já explorados, questionando até que ponto o cinema de ficção científica consegue inovar sem sucumbir à própria repetição.
Aronofsky constrói uma narrativa repleta de camadas e simbolismos, explorando o isolamento e a busca desesperada por significado. A reconexão com Ellie emerge como a última tentativa de Charlie de validar sua existência e encontrar redenção. Apesar do tom sombrio, a história alcança momentos de rara beleza emocional, deixando o espectador envolto em reflexões sobre escolhas, perdão e aceitação.
“A velhice é um naufrágio”. A história de um casal que chega à idade provecta tendo apenas um ao outro até o fim, trágico e escatológico, caminha entre a poesia e a angústia, sobrepondo elucubrações acerca das falsas garantias do casamento, da descendência, de carreiras bem-sucedidas e mesmo do amor, esse fogo que arde sem se ver e parece conservar-se aceso eternamente. Não por acaso, em “Amor” Michael Haneke, um dos cineastas mais brilhantes de todos os tempos, usa a metáfora do fogo para mencionar a debacle física de seus personagens centrais.
“Duna: Parte Dois” expande o universo grandioso e implacável de Arrakis, oferecendo um mergulho profundo no destino de Paul Atreides, um herdeiro que se reinventa como líder messiânico. Sob a direção magistral de Denis Villeneuve, a continuação da saga se desdobra com vigor cinematográfico, revelando batalhas viscerais, transformações espirituais e um mundo visualmente deslumbrante onde a sobrevivência é um ato de resistência.
A narrativa toma velocidade logo no início, quando o agente William Cruise (Omari Hardwick) realiza um interrogatório decisivo às 6h14, centrado em uma gravação intrigante, a chamada “fita 703”. Suas perguntas revelam o tamanho da ameaça, envolvendo armamentos como metralhadoras PKM e minas M18, mas o avanço da investigação é interrompido abruptamente por uma reviravolta que lança a história em uma espiral de ação e suspense.
