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Jonathan Glazer, ao adaptar o romance homônimo de Martin Amis, constrói uma narrativa visual que permite ao espectador testemunhar a separação entre a realidade apavorante de Auschwitz e a rotina aparentemente normal da família Höss. O diretor conduz o público a uma experiência sensorial que, com ruídos abafados e gritos distantes, vai desvelando o horror oculto sob a rotina doméstica. As paredes do campo de Auschwitz guardam as marcas de tentativas desesperadas de fuga, lembrando o que se passava tão perto e era, paradoxalmente, ignorado por aqueles que ali viviam.

Em um cenário onde o apocalipse é insinuado mais do que revelado, Sam Esmail adapta o suspense literário de Rumaan Alam para explorar os limites da convivência humana em tempos de colapso. Duas famílias, unidas pelo acaso, enfrentam tensões internas e ameaças externas enquanto a comunicação global desaparece. Com uma atmosfera sufocante e conflitos não ditos, “O Mundo Depois de Nós” desafia o espectador a refletir sobre medo, preconceito e sobrevivência.