A paixão é uma afronta ao destino. Gestos, conversas, abraços, beijos viram lições sobre como entender o outro sem tentar submetê-lo a moldes, acolhendo suas estranhezas, amando seus defeitos. “Romance à La Carte” oscila entre o melodrama e o humor ao contar a história de um casal em momentos distintos, mas que não pode vencer a força de uma atração inexplicável.
O lançamento aposta em um romance de fuga de porte enxuto, interessado em sensações rápidas e escolhas sob pressão. A vida estagnada de um homem encontra uma figura que injeta urgência, e a encenação transforma deslocamentos cotidianos em impulso narrativo. Cores vivas, cortes secos e música como motor definem o andamento, enquanto o humor melancólico impede que a leveza apague o risco. Há repetição de dilemas e falas que se estendem, mas a energia da proposta e a presença do casal sustentam o interesse.
Lançado pela Netflix, “Guerreiras do K-Pop” assume o formato de musical animado para pensar fama, amizade e pertencimento em linguagem direta, colorida e debochada. O filme transforma códigos do K-pop em dramaturgia, evita folclore decorativo e mira a engrenagem de fabricação de ídolos sem demonizar fãs. Com mais de 320 milhões de visualizações, tornou-se o título mais visto da história da Netflix, segundo a plataforma. A direção mantém o espetáculo a serviço das personagens e aproxima ação, humor e canção com precisão rítmica.
Seth Gordon conduz uma comédia de ação centrada em confiança, rotina e responsabilidade. O enredo acompanha pais que tentam blindar os filhos quando antigos vínculos profissionais voltam a pressionar. A progressão prioriza objetivos nítidos, consequências imediatas e humor de situação ancorado no cotidiano, sem recorrer a excesso de violência. Cada escolha altera risco, tempo e custo emocional, enquanto aliados e adversários trocam de lugar conforme a informação circula. O filme aposta em encenação clara, ritmo funcional e atenção à parceria, preservando o desfecho e mantendo foco no que move a família.
No drama “Os Rejeitados”, Alexander Payne retoma seu olhar atento para personagens deslocados, retomando temas que marcaram filmes como “Sideways — Entre Umas e Outras” e “Nebraska”. O diretor conduz um trio improvável — um professor amargo, um aluno inquieto e uma cozinheira enlutada — durante um Natal congelado nos anos 1970. O convívio forçado revela o que há de mais humano na resistência cotidiana.
