Spielberg retorna às origens sem nostalgia fácil, convertendo memórias em perguntas profundas sobre vocação, afeto e o poder do olhar. “Os Fabelmans” é menos confissão do que reconstrução: uma infância filmada como quem tenta entender, e não apenas recordar. É ali, entre trilhos de brinquedo e silêncios familiares, que o cinema deixa de ser ofício e vira necessidade vital.
Havia uma espécie de sentença prévia lançada sobre “Menina dos Olhos” antes mesmo de sua estreia. O desgaste público do casal Ben Affleck e Jennifer Lopez após o fiasco de “Contato de Risco” serviu como combustível para o cinismo generalizado que passou a orbitar qualquer tentativa de reencontro profissional entre os dois. Para muitos, bastava o pôster do novo filme para antecipar uma catástrofe: a suposta continuação do desastre anterior. O que ninguém esperava era que, por trás da superfície banal de um drama familiar, se escondia uma história tocante sobre perda, reconciliação e o significado mais íntimo da paternidade.
“Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)”, é um filme que transcende os limites do drama, da comédia e da crítica social. O diretor Alejandro González Iñárritu e os corroteiristas Nicolas Giacobone, Alexander Dinelaris e Armando Bo vão e voltam em referências metalinguísticas, ao passo que deixam evidente a intenção de mirar a persona de Riggan e fazê-la conduzir os trabalhos. E a escolha de Michael Keaton para viver o protagonista, por óbvio, não é mera coincidência.
Combinando romance e humor, “Hitch — Conselheiro Amoroso” apresenta a divertida trajetória de um conselheiro amoroso carismático que, ironicamente, enfrenta dificuldades para lidar com seus próprios sentimentos. Dirigido por Andy Tennant, o filme explora o contraste entre a autoconfiança do protagonista e sua vulnerabilidade ao se apaixonar, equilibrando momentos cômicos com reflexões sobre relacionamentos e autodescoberta. O carisma de Will Smith e a comédia física de Kevin James garantem leveza e simpatia à narrativa.
Antes tratado como uma sátira engenhosa, “O Show de Truman” se tornou, com o passar dos anos, algo muito mais incômodo: um diagnóstico precoce da sociedade da exposição. O que parecia uma fábula futurista sobre o controle midiático, hoje ecoa como o retrato fiel de uma era em que a intimidade virou espetáculo e o olhar do outro, necessidade vital.
