Não é apenas um filme sobre uma boneca. “Barbie” (2023), sob a direção visionária de Greta Gerwig, transcende o conceito de brinquedo e nos apresenta uma sátira inteligente, colorida e provocativa. O live-action reimagina a boneca mais famosa do mundo como um reflexo das pressões e contradições sociais, convidando o público a rir e refletir com a mesma intensidade.
“Os Mortos não Morrem”, de Jim Jarmusch, desmantela o apocalipse zumbi com humor ácido e críticas afiadas à sociedade contemporânea. Ambientado na pacata Centerville, o filme revela mortos-vivos que não são apenas monstros, mas reflexos grotescos de nossos desejos e vícios. Um elenco primoroso e uma narrativa repleta de sarcasmo compõem essa obra que expõe, com sutileza, o absurdo da condição humana.
Não são nada insignificantes os casos de famílias bombardeadas pelo egocentrismo sem medida de quem deveria ser o primeiro a zelar pela integridade de todos, assunto destrinchado com leveza pela sul-africana Rethabile Ramaphakela em “Um Fiasco de Férias”. No relato cômico e algo trágico de Ramaphakela, uma das instituições elementares do tecido social está em constante perigo, ameaçada justamente pelo fogo amigo de uma guerra emocional. É como se o mundo invertesse seu fluxo de sempre, as pessoas começassem a andar para trás, ébrias de mágoas represadas, a Terra se comprimisse contra seu próprio eixo e a humanidade, enfim, voltasse ao seio neandertal.
O filme não é apenas sobre a jornada de Jamie ou sobre a força de suas personagens femininas. É um testemunho sobre a condição humana, suas contradições e beleza inerente. As mulheres de Mills são ao mesmo tempo fortes e frágeis, autossuficientes e românticas, num paradoxo que atravessa gerações. Mais do que uma celebração, “Mulheres do Século 20” é uma reflexão atemporal sobre a vida, o amor e a constante reinvenção que nos conecta, século após século.
Dirigido por Mike Mills, “Mulheres do Século 20” é uma imersão na complexidade da adolescência sob influências femininas revolucionárias. Jamie (Lucas Jade Zumann), um jovem dos anos 1970, é moldado por Dorothea (Annette Bening), sua mãe solteira de visões progressistas, e pelas amigas Abbie e Julie. Juntos, eles desafiam convenções e exploram temas sociais, construindo um retrato autêntico e transformador de uma geração.
