Autor: Giancarlo Galdino

O suspense escondido na Netflix que é um diamante para olhos e mentes inteligentes Sife Eddine El Amine / Bleecker

O suspense escondido na Netflix que é um diamante para olhos e mentes inteligentes

Abordar temas que não se conhece direito, mesmo sob o pretexto da curiosidade sociocientífica, é um grande perigo. O outro, o diferente, o estranho, nem sempre precisam de representantes para além de sua própria natureza, e se isso ocorre por alguma razão, o que se observa é arbítrio, truculência e violação de direitos fundamentais de qualquer indivíduo, esteja ou não sob a mesma bandeira que o lado dominante. “Beirute”, o thriller acelerado de Brad Anderson, se destaca por chamar atenção para o desentendimento — que se perpetua na história — entre os Estados Unidos e o Oriente Médio, fazendo menção a um episódio passado meio século atrás.

Novo filme de ação da Netflix vai te deixar sem piscar por 90 minutos Divulgação / Netflix

Novo filme de ação da Netflix vai te deixar sem piscar por 90 minutos

Produções que exaltam a bravura — ainda que colocada em prática de um jeito meio torto — de personagens masculinos jovens e, tomados de um espírito de liberdade, revolucionário, justiceiro, passam a se deixar imbuir dessa necessidade de fazer o bem a qualquer custo são um capítulo à parte na história do cinema. “Centauro”, do espanhol Daniel Calparsoro, aposta no entretenimento descomplicado para laçar o espectador, conduzindo seu filme em ritmo acelerado, tudo com a ajuda de um elenco carismático e dinâmico, que personifica o movimento da trama.

Suspense argentino, que acaba de estrear na Netflix, vai te envolver até o último segundo Martin Kraut / Netflix

Suspense argentino, que acaba de estrear na Netflix, vai te envolver até o último segundo

Não é motivo de surpresa para ninguém a verdadeira comoção gerada pelos filmes argentinos. Histórias banais à primeira vista, mas dirigidas com todo o zelo; um elenco sempre atento às minúcias dos roteiros, delirantemente ousados; e a qualidade de elementos mais técnicos como fotografia e trilha sonora, fazem a festa de cinéfilos dos quatro cantos do globo, que já começam a se ressentir quando de um hiato um pouco mais estendido. “A Ira de Deus”, sacia a fome do público por boas-novas nessa seara.

Filme hipnotizante com Angelina Jolie, na Netflix, é um soco na cara que continuará queimando por dias Divulgação / Universal Pictures

Filme hipnotizante com Angelina Jolie, na Netflix, é um soco na cara que continuará queimando por dias

Clint Eastwood sabe como poucos o segredo para manipular as emoções de suas plateias. Desde “Breezy” (1973), Eastwood foi se deslocando cada vez mais do proscênio para os bastidores, uma evolução em que levou ao menos três décadas para se estabelecer como o cineasta brilhante. Em “A Troca”, o diretor dá mais uma prova de sua generosidade artística e fornece todo o material para que Angelina Jolie brilhe na pele de uma mãe cujo filho desaparece repentinamente e tem de lidar com a dor de experimentar o pouco-caso da polícia, que lhe devolve outra criança.

O filme mais injustiçado e subestimado da história da  Netflix Divulgação / Netflix

O filme mais injustiçado e subestimado da história da Netflix

Muito além do clichê, nascer mulher nos estertores do século 19 era, verdadeiramente, um ato político. Existiam, por óbvio, aquelas mulheres que se davam por muito satisfeitas em gerar filhos, administrar a casa e assistir ao marido — e não há nada de errado nisso —, mas havia também as que não se contentavam com tão pouco. Dentre essas, se destaca Marie Curie depois do casamento com o físico francês Pierre Curie, uma cientista que construiu uma carreira independente da trajetória do marido, ainda que contasse com Curie para vencer a misoginia no meio científico, ainda mais feroz à época.